ATA DA CENTÉSIMA QUINTA SESSÃO ORDINÁRIA DA QUARTA SESSÃO LEGISLATIVA ORDINÁRIA DA DÉCIMA PRIMEIRA LEGISLATURA, EM 04.12.1996.
Aos quatro dias do mês de dezembro do ano de mil novecentos e noventa e
seis, reuniu-se, na Sala de Sessões do Palácio Aloísio Filho, a Câmara
Municipal de Porto Alegre. Às quatorze horas e quinze minutos foi realizada a
segunda chamada, sendo respondida pelos Vereadores Airto Ferronato, Antonio
Hohlfeldt, Artur Zanella, Clênia Maranhão, Clóvis Ilgenfritz, Décio Schauren,
Dilamar Machado, Elói Guimarães, Fernando Záchia, Giovani Gregol, Guilherme
Barbosa, Helena Bonumá, Henrique Fontana, Isaac Ainhorn, João Dib, João Motta,
João Verle, Jocelin Azambuja, José Valdir, Lauro Hagemann, Luiz Braz, Luiz
Negrinho, Mário Fraga Milton Zuanazzi, Nereu D'Ávila, Paulo Brum, Pedro Américo
Leal, Pedro Ruas, Raul Carrion, Reginaldo Pujol e Wilton Araújo. Constatada a
existência de "quorum", o Senhor Presidente declarou abertos os
trabalhos e determinou que fossem distribuídas em avulsos cópias da Ata
Declaratória da Nonagésima Quinta Sessão Ordinária e da Décima Segunda e Décima
Terceira Sessões Extraordinárias, que foram aprovadas. À MESA foram
encaminhados: pelo Ver. Airto Ferronato, 01 Projeto de Lei do Legislativo nº
159/96 (Processo nº 2678/96) e 01 Pedido de Providências; pelo Ver. Antonio
Hohlfeldt, 01 Projeto de Lei do Legislativo nº 166/96 (Processo nº 2837/96) e
01 Pedido de Informações nº 143/96 (Processo nº 2917/96); pelo Ver. Artur
Zanella, 01 Emenda nº 01 ao Projeto de Lei do Executivo nº 55/96 (Processo nº
2548/96) e 01 Emenda nº 01 ao Projeto de Lei do Executivo nº 54/96 (Processo nº
2547/96); pelo Ver. Dilamar Machado, 01 Projeto de Lei do Legislativo nº 175/96
(Processo nº 3017/96); pelo Ver. Guilherme Barbosa, 01 Pedido de Informações nº
146/96 (Processo nº 3006/96); pelo Ver. João Dib, 01 Pedido de Informações nº
145/96 (Processo nº 3005/96); pelo Ver. Luiz Braz, 01 Projeto de Lei do
Legislativo nº 174/96 (Processo nº 2972/96); pelo Ver. Nereu D'Ávila, 01
Projeto de Lei do Legislativo nº 154/96 (Processo nº 2487/96); pelo Ver.
Reginaldo Pujol, 02 Pedidos de Providências. Do EXPEDIENTE constaram: Ofícios
nºs 1942 e 1943/96, do Deputado Federal Mendes Ribeiro Filho, Chefe da Casa
Civil do Estado/RS. A seguir, nos termos do artigo 100 da Lei Orgânica
Municipal - TRIBUNA POPULAR, o Senhor Presidente concedeu a palavra ao Senhor
Albino Moro, Presidente da Associação dos Empresários da Zona Sul de Porto
Alegre, que falou sobre a interdição do mini-zoológico da Cantina do Bino,
localizada no bairro Ipanema. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, o Ver. Antonio Hohlfeldt
reportou-se ao tema da Tribuna Popular, cumprimentando o Senhor Albino Moro
pelo trabalho que desenvolve. O Ver. Elói Guimarães discorreu sobre o tema da
Tribuna Popular, ressaltando que muitas espécies estão preservadas no
mini-zoológico da Cantina do Bino. Às quatorze horas e cinqüenta e um minutos
os trabalhos foram regimentalmente suspensos, sendo reabertos às quatorze horas
e cinqüenta e dois minutos, constatada a existência de "quorum". Na
ocasião, após ser encaminhado à votação pelos Vereadores João Dib, foi aprovado
Requerimento do Ver. Raul Carrion solicitando passagens aéreas e diárias para
Sua Excelência e para o Ver. José Valdir a fim de irem até Brasília
participarem de reunião com a Caixa Econômica Federal sobre a situação dos
moradores do Parque dos Maias. Na ocasião, foi apregoada Licença para
Tratamento de Saúde da Vera. Maria do Rosário do dia de hoje até o dia seis de
dezembro do corrente ano. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, o Ver. Luiz Negrinho
comentou o incidente envolvendo um funcionário do Departamento Municipal de
Águas e Esgotos - DMAE - que foi baleado no exercício de sua atividade,
reportando-se ao projeto de sua autoria que concede adicional de periculosidade
aos funcionários do DMAE. O Ver. Pedro Américo Leal criticou a falta de debate
político na Casa, que tem se restringido aos projetos que aprecia. Na ocasião,
o Ver. Pedro Ruas solicitou cópia do pronunciamento do Ver. Pedro Américo Leal,
que, com o assentimento deste, foi deferido pelo Senhor Presidente. Em
COMUNICAÇÃO DE LÍDER, o Ver. Guilherme Barbosa explanou a posição do PT na
condução das negociações para a composição da nova Mesa Diretora. O Ver. Luiz
Braz falou sobre a posição do PTB referente às negociações para a composição da
Mesa Diretora da Casa. O Ver. Airto Ferronato reportou-se às discussões
referente à composição da Mesa Diretora da Casa. A seguir, foi aprovado
Requerimento verbal do Ver. Nereu D'Ávila solicitando o ingresso imediato no
GRANDE EXPEDIENTE, hoje destinado a homenagear o Lions Clube Passo D'Areia, nos
termos do Requerimento nº 187/96 (Processo nº 2789/96), de autoria do Ver.
Nereu D'Ávila. Compuseram a Mesa: O Ver. Isaac Ainhorn, Presidente da Casa, o
Senhor Silvério Rothfeld, Presidente do Lions Clube Passo D'Areia, o Senhor
Vanderlan Peçanha, Governador do Lions Clube, o Senhor Vilson de Oliveira
Castro, Holso Oliveira e Hélio Seraphin Flores Lovatto, todos ex-Governadores
do Lions Clube. O Ver. Nereu D'Ávila, em nome de todas as Bancadas com assento
na Casa, elogiou o trabalho desenvolvido pelas diversas campanhas do Lions
Clube Passo D'Areia. Logo após, o Senhor Presidente concedeu a palavra ao
Senhor Vanderlan Peçanha, que como Governador do Lions Clube, agradeceu à
presente homenagem, falando sobre a importância do Lions para a sociedade
gaúcha. A seguir, o Senhor Presidente concedeu a palavra ao Senhor Silvério
Rothfeld, que agradeceu a presente homenagem, historiando sobre a fundação do
Lions Clube do Passo D'Areia. As quinze horas e trinta e oito minutos os
trabalhos foram regimentalmente suspensos, sendo retomados às dezesseis horas e
dois minutos, constatada a existência de "quorum". Em COMUNICAÇÃO DE
LÍDER, o Ver. Raul Carrion discorreu sobre a privatização da Companhia Vale do
Rio Doce. O Ver. Lauro Hagemann expressou seu descontentamento com a
inobservância de disposição legal expressa pelo Executivo Municipal que deixou
de enviar representante para a Sessão Solene que outorgou Título de Cidadão
Honorífico de Porto Alegre ao Senhor Ahmad Raschid. Em PAUTA, Discussão
Preliminar, estiveram: em 1ª Sessão, o Projeto de Lei do Executivo nº 67/96,
discutido pelos Vereadores João Dib, Artur Zanella e Antonio Hohlfeldt; em 2ª
Sessão, o Projeto de Lei Complementar do Executivo nº 10/96, discutido pelo
Ver. Dilamar Machado, o Projeto de Lei Complementar do Legislativo nº 19/96 e
os Projetos de Lei do Legislativo nºs 164 e 169/96; em 3ª Sessão, o
Substitutivo nº 01 ao Projeto de Lei do Legislativo nº 139/95, os Projetos de
Lei do Legislativo nºs 167 e 170/96 e o Projeto de Resolução nº 28/96. Na
ocasião, o Ver. João Dib formulou Requerimento solicitando seja o Projeto de
Lei Complementar do Executivo nº 10/96 enviado para a Procuradoria da Casa para
parecer, ao que o Senhor Presidente determinou o envio do referido Projeto para
a Diretoria Legislativa para estudo. A seguir, constatada a existência de
"quorum", foi iniciada a ORDEM DO DIA. A seguir, após ser encaminhado
a votação pelos Vereadores Henrique Fontana, Airto Ferronato, Reginaldo Pujol,
Artur Zanella e Raul Carrion, em votação nominal solicitada pelo Ver. Jocelin
Azambuja, foi aprovado Requerimento verbal do Ver. Henrique Fontana, adendado
pelo Ver. Artur Zanella, solicitando alteração da ordem de apreciação da
matéria constante desta Ordem do Dia, por vinte e três votos SIM, um voto NÃO e
uma ABSTENÇÃO, votando Sim os Vereadores Airto Ferronato, Artur Zanella, Clênia
Maranhão, Clóvis Ilgenfritz, Décio Schauren, Dilamar Machado, Elói Guimarães,
Fernando Záchia, Giovani Gregol, Guilherme Barbosa, Helena Bonumá, Henrique
Fontana, João Motta, João Verle, Jocelin Azambuja, José Valdir, Lauro Hagemann,
Luiz Negrinho, Mário Fraga, Milton Zuanazzi, Paulo Brum, Raul Carrion, Wilton
Araújo, Não o Ver. João Dib e optando pela Abstenção o Ver. Pedro Américo Leal.
Na oportunidade, o Senhor Presidente apregoou 01 Emenda nº 01 ao Projetos de
Lei do Legislativo nº 54/96 e 01 Emenda nº 01 ao Projetos de Lei do Legislativo
nº 55/96. Em Discussão Geral e Votação, após ser discutido pelos Vereadores
João Dib, Giovani Gregol, Raul Carrion, Henrique Fontana, Artur Zanella,
Reginaldo Pujol, Pedro Ruas, Airto Ferronato, Jocelin Azambuja e ser
encaminhado à votação pelos Vereadores João Dib, Lauro Hagemann, Luiz Negrinho,
Reginaldo Pujol, em votação nominal solicitada pelo Ver. Luiz Negrinho, foi
aprovado o Projeto de Lei do Executivo nº 54/96 por vinte votos SIM e um voto
NÃO, votando Sim os Vereadores Airto Ferronato, Artur Zanella, Clênia Maranhão,
Clóvis Ilgenfritz, Décio Schauren, Elói Guimarães, Giovani Gregol, Guilherme
Barbosa, Helena Bonumá, Henrique Fontana, João Motta, João Verle, Jocelin
Azambuja, Lauro Hagemann, Luiz Braz, Luiz Negrinho, Mário Fraga, Paulo Brum,
Pedro Ruas, Reginaldo Pujol e Não o Ver. João Dib. Em votação nominal
solicitada pelo Ver. João Dib, foi rejeitada, por seis Votos SIM, onze Votos
NÃO e quatro ABSTENÇÕES a Emenda nº 01 ao Projeto de Lei do Executivo nº 54/96,
votando Sim os Vereadores Artur Zanella, Clênia Maranhão, Jocelin Azambuja,
Luiz Braz, Mário Fraga, Reginaldo Pujol, Não os Vereadores Airto Ferronato,
Clóvis Ilgenfritz, Décio Schauren, Giovani Gregol, Guilherme Barbosa, Helena
Bonumá, Henrique Fontana, João Motta, João Verle, Lauro Hagemann, Paulo Brum e
optando pela Abstenção os Vereadores Elói Guimarães, João Dib, Luiz Negrinho e
Pedro Ruas. Os trabalhos estiveram suspensos das dezessete horas e quarenta e
nove minutos às dezessete horas e cinqüenta e dois minutos. Em Discussão Geral
e Votação, após ser discutido pelos Vereadores Artur Zanella, João Dib,
Reginaldo Pujol e ser encaminhado a votação pelo Ver. João Dib, foi aprovado,
em votação nominal solicitada pelo Ver. Mário Fraga, o Projeto de Lei do
Executivo nº 55/96 por vinte e um votos SIM e um Voto NÃO, votando Sim os
Vereadores Airto Ferronato, Artur Zanella, Clênia Maranhão, Clóvis Ilgenfritz,
Décio Schauren, Elói Guimarães, Giovani Gregol, Guilherme Barbosa, Helena
Bonumá, Henrique Fontana, Isaac Ainhorn, João Motta, João Verle, Jocelin
Azambuja, Lauro Hagemann, Luiz Braz, Luiz Negrinho, Mário Fraga, Paulo Brum, Pedro
Ruas, Reginaldo Pujol e Não o Ver. João Dib. A seguir, em votação nominal
solicitada pelo Ver. Artur Zanella, foi rejeitada, por sete votos SIM, onze
votos NÃO e três ABSTENÇÕES, votando Sim os Vereadores Artur Zanella, Clênia
Maranhão, Jocelin Azambuja, Luiz Braz, Luiz Negrinho, Mário Fraga, Reginaldo
Pujol e Não os Vereadores Airto Ferronato, Clóvis Ilgenfritz, Décio Schauren,
Giovani Gregol, Guilherme Barbosa, Helena Bonumá, Henrique Fontana, João Motta,
João Verle, Lauro Hagemann, Paulo Brum e optando pela Abstenção os Vereadores
Elói Guimarães, Isaac Ainhorn e João Dib. Às dezenove horas e doze minutos,
constatada a inexistência de "quorum", o Senhor Presidente declarou
encerrados os trabalhos, convocando os Senhores Vereadores para a Sessão
Ordinária da próxima sexta-feira, à hora regimental. Os trabalhos foram
presididos pelos Vereadores Isaac Ainhorn, Mário Fraga e Fernando Záchia e
secretariados pelos Vereadores Fernando Záchia, Luiz Negrinho e Reginaldo
Pujol. Do que eu, Fernando Záchia, 1º Secretário, determinei fosse lavrada a
presente Ata que, após distribuída em avulsos e aprovada, será assinada por mim
e pelo Senhor Presidente.
ATA DA CENTÉSIMA QUINTA SESSÃO ORDINÁRIA DA QUARTA SESSÃO LEGISLATIVA
ORDINÁRIA DA DÉCIMA PRIMEIRA LEGISLATURA - EM 04.12.1996.
- Após o
registro da suspensão dos trabalhos ocorrida das quatorze horas e cinqüenta e
um minutos às quatorze horas e cinqüenta e dois minutos, acrescente-se:
"(...) Na oportunidade, constatada a existência de 'quorum', foi aprovado
Requerimento verbal do Ver. Reginaldo Pujol, solicitando alteração na ordem dos
trabalhos (....)".
- Durante o
registro do período de PAUTA, acrescentar o nome do Ver. Reginaldo Pujol à
relação dos Vereadores que discutiram o Projeto de Lei Complementar do
Executivo nº 10/96.
- No início
da Ordem do Dia, quando dos registros referentes ao Requerimento do Ver.
Henrique Fontana, de alteração da ordem de apreciação da matéria a ser votada,
onde se lê "(...) A seguir, após ser encaminhado à votação pelos Vereadores
Henrique Fontana, Airto Ferronato, Reginaldo Pujol, Artur Zanella e Raul
Carrion (...)", leia-se "(...) A seguir, após ser encaminhado à
votação pelos Vereadores João Dib, Henrique Fontana, Airto Ferronato, Reginaldo
Pujol, Artur Zanella e Raul Carrion (...)".
- Durante a
Ordem do Dia, após o registro da votação do Projeto de Lei do Executivo nº
55/96, onde se lê "(...) A seguir, em votação nominal solicitada pelo Ver.
Artur Zanella, foi rejeitada, por sete votos SIM, onze votos NÃO e três
ABSTENÇÕES (...)", leia-se "(...) A seguir, em votação nominal
solicitada pelo Ver. Artur Zanella, foi rejeitada a Emenda nº 01 ao Projeto de
Lei do Executivo nº 55/96, por sete votos SIM, onze votos NÃO e três ABSTENÇÕES
(...)".
- Durante a
Ordem do Dia, após a votação da Emenda nº 01 ao Projeto de Lei do Executivo nº
55/96, acrescente-se: "(...) Em Discussão Geral, 2ª Sessão, foi apregoado
o Projeto de Emenda à Lei Orgânica nº 04/96, o qual deixou de ser apreciado
face à inexistência de 'quorum' (...)".
O SR. PRESIDENTE (Isaac
Ainhorn):Concedemos,
na forma do art. 100, da Lei Orgânica da Cidade, o uso da Tribuna Popular à
Associação dos Empresários da zona sul de Porto Alegre - a AEZOSUL - cujo
orador, Presidente da Entidade, fará uso da Tribuna Popular, o Sr. Albino Moro,
que falará sobre o tema a interdição do minizoológico da Cantina do Bino,
restaurante localizado no Bairro Ipanema.
O Sr. Albino Moro está com a palavra.
O SR. ALBINO MORO: (Saúda os
presentes)
Estou aqui para esclarecer um caso muito grave que ocorreu no dia 13 do mês
passado com a atuação do IBAMA.
Em 1990 foi protocolado um processo ao IBAMA, que aqui se encontra, com
50 folhas de registro do minizoológico. Aqui consta toda a Lei dentro da
Portaria do IBAMA. O IBAMA indicou um Biólogo deles para fazer o Projeto. Foi
encaminhado no dia 29 de maio de 1990. Foi a Brasília. Três meses depois voltou
aprovado. Só faltava a parte do IBAMA daqui, as vistorias até o final da
montagem do zoológico. Foram fizer a primeira vistoria quando eu já estava com
os alicerces de todos os viveiros dentro do Projeto. Estavam todas certas as
medidas da Portaria. No final das instalações foram fazer a segunda vistoria.
Também estava tudo certo. Começaram a entrar os animais. Como os animais
entravam? O público é que doava os animais com carta de doação. Tudo isso está
cadastrado, o IBAMA tem conhecimento desta documentação.
No dia 4 de dezembro de 1993, foi inaugurado o Zoológico, o IBAMA até
recebeu convite para a inauguração. Na época, foi também o aniversário de 15
anos da Cantina do Bino, inauguração do Zoológico e eu tive a posse da
Associação dos Empresários da Zona Sul. Comemorei o três eventos juntos. A
imprensa esteve lá, foi mandado um convite ao IBAMA e o IBAMA disse que não
havia problema que podia ser inaugurado. Eu tinha um Biólogo e um Veterinário.
Exigia a Portaria que tivesse um Biólogo. Dois anos e meio depois é que fui
informado que teria que ter um Biólogo e um Veterinário, dentro do
estabelecimento, oito horas por dia, com Carteira assinada. Eu tinha um Biólogo
duas vezes por semana e tinha três Veterinários que atendiam todo e qualquer
problema dos animais. Cada um especializado num tipo de ave.
Em resumo, eles achavam que eu tinha que tomar uma medida e legalizar
estas duas partes. Eu tenho em mãos o Processo e a cópia protocolada pelo IBAMA
e mais um documento de depositário fiel dos animais e muitas surpresas, no dia
13 do mês passado, em novembro, quando chegou um Fiscal do IBAMA. O Fiscal
entrou no meu escritório e vi aquele movimento de gente, até achei que fosse
uma visitação, pois vêm muitos colégios, há uma freqüência muito grande de
crianças e adultos. Ele chegou e disse: o Senhor está preso em flagrante pela
Polícia Federal por manter animais silvestres em cativeiro sem licença do
IBAMA, clandestinamente. Ainda eles disseram: o Senhor, por favor, assine o
documento. Eu disse: não, eu quero ler o documento e vi que não constava ordem
de prisão e sim recolhimento de parte dos animais. Assinei o documento e vi que
não constava ordem de prisão. O que eu poderia fazer? Eu não ia agir contra
eles e disse que eles poderiam pegar os animais e levá-los. Ele me disse que
depois eu seria conduzido à Polícia Federal e seria feito um flagrante às duas
horas. Acho que isso foi uma ameaça e não tomei nenhuma medida, porque sabia
que tinha bastante recurso, pois não sou um clandestino e nem um criminoso.
Terminada a operação dos animais fui conduzido por uma viatura da
Polícia Federal até o local. O meu advogado foi junto e levou a documentação. O
meu advogado disse para o delegado que não sabia se nesse caso cabe flagrante
porque há um registro do IBAMA e ele tem um documento muito importante que
declara ser depositário fiel dos animais. Em dez minutos o delegado tomou as
seguintes providências, xerox das declarações das partes, elaboração de um
relatório para o juiz e nos mandou embora dizendo que o flagrante não seria
feito.
Hoje, já está nas mãos do advogado, vou entrar com abalo moral pois não
sou um bandido. Na minha vida eu só fiz coisas boas. Hoje eu estou trabalhando
para acabar com a criminalidade na Zona Sul e todos sabem o que tenho feito, me
enquadram como um criminoso devido ao minizoológico. Nunca fiz negócios com
animais. Lá era uma casa de lazer considerada um ponto turístico pela EPATUR e,
portanto, acabou o lazer daquelas milhares de crianças, que lá entravam e saíam
diariamente.
Espero que o presidente do IBAMA verifique isso, porque a ordem de
prisão foi dada por um funcionário do IBAMA. Nem a Polícia Federal poderia me
dar ordem de prisão se não tivesse um documento por escrito. Vou esperar o
resultado. Espero que o IBAMA reconheça e faça a devolução desses animais.
Tenho certeza que para onde eles foram não serão bem tratados como eu os
tratava. Levaram meus amigos, levaram os meus filhos. Não quero falar muito
para não me emocionar; mas dói na alma para quem tem amor aos animais. Eu até
provei na imprensa como eu tratava meus animais. Será que hoje o criminoso é
Albino Moro, presidente de uma associação de empresários? Será que ele vai provar
isso na Justiça? Vamos ver se, através de recurso, qual será a defesa dele.
Estou tratando de colocar esse Biólogo e esse Veterinário que me custam
7 a 8 mil Reais. E não cobro entrada para o zoológico. Tenho pônei, exposição
para as crianças dos colégios. Quem é que faz isso em Porto Alegre? O zoológico
de Sapucaia faz isso? Outro zoológicos fazem isso de graça, como eu faço? Eu
acho difícil. Eu trabalho para a comunidade, de graça, e isso é um prazer.
Também trabalho para aqueles inocentes que precisam ver alguma coisa que não
tem em Porto Alegre; eles não precisam se deslocar para Sapucaia.
Hoje eu vejo que a criançada já parou de chegar lá. Os pais já deixaram
de levar seus filhos pequenos para visitar os bichinhos. Espero que tenha
solução; que o IBAMA reconheça a volta desses animais; vou colocar um Biólogo e
um Veterinário, vou montar o esquema. Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: O Ver. Antonio Hohlfeldt
está com a palavra em Comunicação de Líder.
O SR. ANTONIO HOHLFELDT: Sr. Presidente e Srs.
Vereadores, especialmente meu prezadíssimo Albino Moro. Pede-me o Ver. João Dib
que eu me manifeste em seu nome, o que faço com muito prazer; também o Ver.
Nereu D'Ávila, pelo PDT; Ver. Ferronato, pelo PMDB; Ver. Braz, pelo PTB; Ver.
Carrion, pelo PC do B e Ver. Luiz Negrinho, pelo PST.
A criação da Tribuna Popular realmente é importante em situações,
dentre outras tantas, como esta que estamos hoje aqui registrando, através da
palavra do "Bino". Quem não conhece o Albino Moro, lá dos anos 50,
60, com seus carros, com suas promoções fantásticas na Cidade, depois com a sua
cantina, e, como ele agora destacava, com esse trabalho comunitário maravilhoso
que ele realiza, não apenas no seu restaurante junto ao público junto às
crianças, sobretudo nos finais-de-semana, mas com essa liderança incontestável
na AEZOSUL e que explica a presença de todos esses visitantes hoje aqui na
Casa.
Uma liderança que não se dá apenas a interesses de empresários ou
algumas coisas fechadamente localizadas num segmento da Cidade mas que se
traduz em colaboração com o serviço público, como por exemplo, essa iniciativa
para a construção da Delegacia de Polícia naquela região da Cidade. De repente,
pretende-se transformar e jogar a imagem de Albino Moro literalmente no lixo,
jogando a opinião pública contrária a ele como se fosse um bandido, um
contraventor ou alguém que não tivesse a menor responsabilidade social.
A pergunta que cabe é saber o que está por trás disso. E eu não sei se
existe apenas má-fé, incompetência ou as duas coisas juntas no sentido de que o
Sr. Delegado do IBAMA no RS tem interesse em mostrar serviços porque outra
coisa não consegue fazer no desempenho da sua função no Estado gaúcho. É bom
lembrar que o RS por responsabilidade do IBAMA é o único que permite a caça. E,
curiosamente, sai o IBAMA à caça de um cidadão que publicamente - porque é
impossível alguém nesta Cidade, sobretudo alguém do IBAMA, dizer que não sabia
que havia um minizoo junto à Cantina do Bino na zona sul da Cidade.
Não é só porque foi feito um convite quando da inauguração, é porque é
uma atração, qualquer pessoa que passe na avenida vai ver, como divertimento
para a gurizada, a existência desses animais que são, todos nós temos visto,
que são tratados com carinho pelo Bino e toda a sua equipe. Portanto, parece-me
que o que ocorre, claramente, num episódio como este que tivemos - alguns dias
atrás, é pura e simplesmente o abuso de poder de alguém que deveria representar
a administração pública e se vale do seu cargo e de sua função para fazer
alguma outra coisa a mais.
Acho que a melhor prova para a tranqüilidade do Bino em todo este
episódio entre outras situações é ele estar aqui entre nós para falar, ou é,
por exemplo, ele ter tomado a iniciativa de chamar, inclusive, os meios de
comunicação para que o acompanhasse no seu depoimento na Polícia Federal, já
que o tal de flagrante foi anunciado com antecipação. O Ver. Elói Guimarães
certamente não deve nunca ter visto um episódio assim, anunciar que vai se
fazer um flagrante horas depois: isto é, uma figura jurídica nova que o IBAMA
conseguiu criar.
O que lastimo é que os fiscais do IBAMA devem ter muito mais o que
fazer no Estado do Rio Grande do Sul. Se esse funcionário, que é de carreira, e
é constrangido a fazer o que fez, deve-se sentir meio perdido na situação que
representa, pois, por decisão de alguém que respondendo por um órgão, não sabe
exatamente como fazê-lo.
Por outro lado, tenho certeza de que também a Polícia Federal tem mais
o que fazer: contrabando internacional, controle tóxico e tantas outras coisas.
E ficar gastando gasolina e tempo de agentes para irem até a Cantina do Bino,
para conduzi-lo até a polícia, para ter um Delegado de plantão que vai tomar os
seus depoimentos, lá na Avenida Paraná? Para depois resultar no quê? O IBAMA
não tem onde colocar os animais, então, provavelmente, hoje, tantos dias depois
do ocorrido, os animais estão sem aquela guarda, sem aquela garantia, sem
aquele acompanhamento, que o Bino e sua equipe podiam dar com absoluta tranqüilidade
naqueles locais que estão definidos e conhecidos pela opinião pública ali, na
zona sul de Porto Alegre.
Quanto ao Zoológico de Sapucaia, é importante ser recuperado, porque,
lemos, há poucos dias, que o diretor do Zôo estava preocupado com a segurança
e, como não tem funcionário suficiente, está até pensando em fechá-lo às
crianças por riscos à integridade física dos estudantes que chegassem até lá.
Nós temos um minizôo aqui, em Porto Alegre, e estamos querendo, simplesmente,
interromper as suas atividades.
Sr. Presidente, para concluir, ao abraçar Albino Moro, como todo
carinho e todos os companheiros da zona sul que aqui o acompanham, quero deixar
registrada que, a nossa intenção é recolher as manifestações dos Senhores
Vereadores, da opinião pública em geral e encaminhar toda esta documentação ao
Ministro Crause, no sentido de que ele acompanhe o que está acontecendo aqui.
Eu incluo o Ver. Lauro Hagemann nesta nossa manifestação, e que o Ministro
volte os olhos para o Rio Grande do Sul e para Porto Alegre para ver e fazer
uma avaliação do que está acontecendo com o IBAMA. Ele se omite, o IBAMA, por
exemplo, na questão da Estrada do Sol e interfere erroneamente em situação como
esta. É uma desmedida total e isso deve ser visto pelo Ministro. Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: O Ver. Eloi Guimarães esta
com a palavra, em Liderança.
O SR. ELOI GUIMARÃES: Sr. Presidente e Srs.
Vereadores, penso que o Ver. Antonio Hohlfeldt já, por assim dizer, esgotou a
matéria. Mas, venho à tribuna porque conheço o trabalho desenvolvido pelo Bino
e grande parte da cidade também conhece o seu minizôo e, quando atitudes dessa
natureza acontecem, nós não podemos silenciar.
Nós temos que encontrar instrumentos, nesta Casa para, exatamente
tentar sensibilizar as autoridades do IBAMA com quem eu tenho algumas
dificuldades na visão que eles têm nesta questão da fauna. É bom que saibam,
que se diga que, grande parte das espécies hoje, não só no Brasil, como no
mundo, estão preservadas exatamente em razão dos minizôos denominados
cativeiros, do contrário espécies e mais espécies já teriam sido extintas.
Então, quando vemos esta visão - que não é de agora mas, uma visão que
tem os técnicos do IBAMA, na minha opinião, extremamente equivocados. O que o
IBAMA tem que fazer é ir para as lavouras e proibir os pesticidas. Eu cansei de
encontrar por esses campos do interior, nas proximidades das lavouras,
verdadeiros amontoados de pássaros, aves de todas as qualidades com pesticida
que se joga nas lavouras, mas isso o IBAMA não faz nada.
Então, meu querido amigo Bino receba a nossa solidariedade e a
solidariedade da Casa e conta conosco, porque tu presta um serviço à cidade,
nem vamos falar na liderança do Bino, que é um líder naquela região, um homem
atento e presente a todas as lutas da comunidade. Ele oferece para as pessoas,
para as crianças, esse minizôo. Muitos já se habituaram a chegar lá e ver aves
e outros animais. É um serviço de utilidade pública que ele faz. Muitas vezes,
as pessoas não têm oportunidade de conhecer uma ave ou outro animal. E com que
carinho, vejam bem, o Bino trata os seus animais: chama-·os de filhos.
Que história é essa de o IBAMA chegar e ameaçar um homem desses de
flagrante?! E, Ver. Antonio Hohlfeldt, a jurisprudência é extremamente copiosa
em anular flagrantes preparados. Anuncia que vai dar o flagrante? Isso não
existe no campo do direito. Isso é nulo de pleno direito.
Fica aqui a nossa solidariedade, Bino, a tua luta. Vamo-nos mobilizar,
todos, no sentido de que se retome o minizôo, que presta todo um serviço ao
conhecimento, ao recreio das pessoas, principalmente das crianças. O Ver.
Antonio Hohlfeldt já propôs que reunamos material e remetamos os nossos pedidos
ao IBAMA de que, se não mudem a sua visão, pelo menos não criem problemas ao
minizôo. Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: Na condição de Presidente
desta Casa, quero expressar, encerrando esse momento de uso da Tribuna Popular,
o sentimento que foi expresso por praticamente todas as Bancadas desta Casa,
que constituem a representação política da Cidade. Tenho certeza de que as tuas
manifestações, meu caro Albino, a tua história dentro desta Cidade, esse amor à
Cidade, esse amor aos animais calou fundo dentro desta Casa. E as manifestações
tuas e as dos colegas Vereadores, certamente, ecoarão e farão com que,
novamente, possa aquele zoológico que tu, com tanto amor, cultivas, possa
voltar a dar alegria às crianças e a toda população que freqüenta o teu espaço,
indo ou não ao teu restaurante. Muito obrigado. Estão suspensos os trabalhos
para as despedidas.
(Os trabalhos foram suspensos às 14h51min.)
O SR. PRESIDENTE (às
14h52min):
Estão reabertos os trabalhos.
O SR. NEREU D'ÁVILA
(Requerimento): Sr. Presidente, tendo em vista ter sido requerido, hoje, o período do
Grande Expediente para a comemoração, por esta Casa, do 35º aniversário do
Lions Club/Passo da Areia e estando presente grande representação daquele clube
e do Lions em geral - do Centro L8, eu requereria a inversão para que
passássemos ao Grande Expediente, a fim de realizarmos essa homenagem.
O SR. PRESIDENTE: Em votação o Requerimento
do Ver. Nereu D'Ávila. (Pausa.) Os Vereadores que o aprovam permaneçam
sentados. (Pausa.) APROVADO o
Requerimento. Após o Grande Expediente teremos a Pauta.
O SR. RAUL CARRION (Questão
de Ordem):
Gostaria de comunicar que estamos com viagem marcada da Comissão Externa do
Parque dos Maias às 18h. O Requerimento foi entregue, na segunda-feira, e até
hoje não foi votado, como poderíamos superar este problema. Há uma audiência
amanhã às 14h para tratar uma questão de 1.700 famílias, cerca de 10 mil
pessoas. Estou vendo que se após a homenagem não entrarmos na Ordem do Dia
correremos de não ser votado.
O SR. PRESIDENTE: Informo que esse
Requerimento foi processado na segunda-feira à tarde. Gerenciei todos aspectos
administrativos autorizando para viabilizar isso. Só posso colocar o
Requerimento em votação com a decisão soberana do Plenário.
O SR. RAUL CARRION (Questão
de Ordem): Após
a homenagem, eu requeiro a Ordem do Dia e justifico da Tribuna, se preciso for.
O SR. PRESIDENTE: Nós submeteremos o
Requerimento de V. Exa. à consideração dos Srs. Vereadores.
O SR. RAUL CARRION: Então, o primeiro
Requerimento é a homenagem, e o segundo é o meu, no sentido de entrar na Ordem
do Dia.
O SR. PRESIDENTE: Exatamente. Só vou
consultar a Diretoria Legislativa se existe possibilidade de colocação da
votação de uma matéria dessa natureza fora da Ordem do Dia.
O SR. REGINALDO PUJOL: Já que V. Exa. vai
consultar a Diretoria Legislativa gostaria que, na consulta, verificasse a
possibilidade de que, invertida a ordem dos trabalhos, assegurada a realização
da homenagem ao Lions Club, no período do Grande Expediente. Se é possível,
logo após concluída a homenagem, assegurada as inscrições que se têm no Grande
Expediente, retornar-se, imediatamente, para a ordem normal dos trabalhos.
O SR. PRESIDENTE: A Mesa tão logo hajam as
manifestações dos Srs. Vereadores inscritos em Grande Expediente, se o Plenário
deliberar pode-se diminuir o número de oradores no Grande Expediente. E poderão
falar tão somente àqueles que pretarão homenagem ao Lions Club e ficarão as
restantes inscrições para serem aproveitadas nas próximas Sessões Ordinárias.
Colocamos em votação a posição do Ver. Reginaldo Pujol de ter no Grande
Expediente apenas as inscrições dos Vereadores que farão o uso da palavra para
se manifestar por ocasião à homenagem do Lions Club. Em votação. (Pausa.) Os
Srs. Vereadores que aprovam permaneçam como estão. (Pausa.) APROVADO.
O SR. PRESIDENTE: Requerimento de autoria do
Ver. Raul Carrion, requer que logo após o Grande Expediente se ingresse na
Ordem do Dia, e dentro dela os Requerimentos.
O SR. ANTONIO HOHLFELDT: Para contraditar. Não estou
de acordo com que se pule a Pauta.
O SR. PRESIDENTE: Estou colocando em votação
o Requerimento. Com a palavra o Ver. João Dib para encaminhar.
O SR. JOÃO DIB: Sr. Presidente e Srs.
Vereadores. Acho importante a viagem do Ver. Raul Carrion. Mas acho também que
o Presidente da Câmara Municipal tem autoridade para permitir, autorizar e não
há problema.
Sei que o Presidente pode autorizar, não tenho nenhuma duvida, não há
necessidade da aprovação do Plenário. Mas a Pauta deve ser imediatamente
assumida, tão logo seja feita a homenagem ao Rotary. Porque não é justo que os
servidores municipais, que estão aqui esperando pela Pauta, e ela demore tanto.
Inclusive, sugiro a V. Exa. que o faça condicionado ao referendo que será dado
a V. Exa.
(Não revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: Há uma disposição
regimental, muito usada pelo Ver. Airto Ferronato, embora o entendimento do
Tribunal de Contas é que o responsável pela autorização da despesa dessa
natureza seja do Presidente da Casa mas por um prurido das Presidências
anteriores tem sempre sido votado.
Como se trata apenas de autorização de viagem de dois Vereadores a
Brasília, que tem que ser feita hoje, pois a audiência é amanhã pela manhã dos
Vereadores Raul Carrion e José Valdir para tratar de assunto de uma Comissão
Externa do Parque dos Maias, coloco e submeto à autorização dos Srs.
Vereadores.
Em votação (Pausa). Os Srs. Vereadores que a aprovam permaneçam
sentados (Pausa). APROVADA.
O SR. PRESIDENTE: O Ver. Luiz Negrinho está
com a palavra, em tempo de Liderança.
O SR. LUIZ NEGRINHO: Sr. Presidente, Srs.
Vereadores. Trago uma denúncia muito séria e, por isso, gostaria de toda a
atenção dos nobres Colegas. Na semana passada, um funcionário do DMAE, dentro
de uma vila de Porto Alegre, cumprindo a sua função, foi baleado e a Direção do
DMAE procurou não dar divulgação a esse fato. O nome do funcionário: Antônio
Carlos Moreto, marcador de água.
Trago essa denúncia porque no ano passado apresentei um Projeto a esta
Casa dando risco de vida a esses funcionários e fui gozado por alguns Colegas
do PT que aqui apresentaram risco de vida, ou outros benefícios para categorias
que não têm risco de vida. Apresentei, aqui, um vídeo e não pude apresentar
referente àquele outro funcionário que ao marcar a água escorregou e ficou
espetado pela garganta numa grade. E esses funcionários continuam correndo
risco de vida e num Projeto foi-lhes negado esse benefício.
Trago esta denúncia porque há uma intenção da Diretoria do DMAE e do
Executivo em não divulgar isso. O motivo não sei, mas há um funcionário que foi
baleado. Isso a opinião pública tem que saber: os funcionários do DMAE, ao
marcar a água nas vilas, correm risco de vida porque são constantemente
confundidos com policiais disfarçados.
Uma outra denúncia. Fiz um Pedido de Indicação ao Governo da Estado
para que, através da CEEE, fosse verificada a instalação elétrica do Condomínio
Coqueiros, Rua Banco Inglês, nº 33. Imediatamente após tomar conhecimento desse
Pedido de Indicação a Diretoria da mandou um veículo verificar e não constatou
nada de irregular na área que é de competência da CEEE. Ficamos sabendo que há
uma diferença de atendimento entre o Governo do Estado e o Executivo Municipal.
Recebi um telefonema, dizendo que a responsabilidade não é da CEEE, e há quase
cinqüenta famílias correndo o risco de ali haver um incêndio, e informaram-me
que a empresa responsável por esse trabalho é a CONTESA, uma empresa contratada
pelo DEMHAB, e que vai assumir toda a responsabilidade, futuramente, se ali no
Condomínio acontecer uma tragédia.
Estou encaminhando, hoje, um Pedido de Informação ao Sr. Prefeito, para
saber por que a Empresa de Correios e Telégrafos é quem faz a entrega das
contas de água, já que no próprio DMAE há os marcadores de água, que conhecem
as vilas onde distribuem as contas de água, por que e quanto se paga para a
Empresa de Correios e Telégrafos faça a entrega dessas contas de água. Há um
descontentamento no próprio corpo de funcionários do DMAE por essa
interferência, porque eles entendem que é uma tarefa dos funcionários do DMAE a
entrega das contas de água.
Para concluir, quero dizer, sobre a denúncia que fiz do táxi que entrou
no valão da Av. Tronco, que há mais de dois anos peço que seja canalizado.
Felizmente, nada aconteceu àquela senhora, à criança e ao motorista. Muito
obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: O Ver. Pedro Américo Leal
está com a palavra para uma comunicação de Liderança.
O SR. PEDRO AMÉRICO LEAL: Sr. Presidente e Srs.
Vereadores, eu não sei se esta Câmara é um grande Conselho Deliberativo da
Cidade de Porto Alegre ou se é um grande Conselho Fiscal da Prefeitura, porque
nós não discutimos política aqui dentro! Silêncio absoluto! Nós não discutimos
política. Nós fazemos queixas, política nacional, política estadual, até
municipal não se faz. Quando muito se passeia em política pela pauta. E alguns
como o Ver. Dib, ludibria em certos momentos e inclui um assunto político na
Pauta. Artimanhas do Dib! Tanto que se eu quiser fazer uso do meu Grande
Expediente, eu estou hoje previsto, ou falo para a Tribuna Popular, ou não
falo. V .Exas. já se deram conta disso?
"En passant", de passagem, eu queria fazer assim uma visão de
idéias: Conselho Fiscal de Porto Alegre é o que nós somos. Muito bem, o
"Correio do Povo" ostenta e publica certas notícias que nem a
imprensa da Câmara toma conhecimento. A Imprensa da Câmara não deu essa notícia
e não sabe, por que o "Correio do Povo" publica? Deve ter alguém do
PT que inclui a matéria favorável ao PT. É simples a observação, aliás uma das
experiências mais modestas e mais vulgares do mundo: demonstração por
observação. O PT publica uma notícia hoje de que o Zambiasi se envolveu com
Olívio Dutra, com Sereno Chaise e agora resolve os problemas da Câmara de Porto
Alegre. É uma vergonha, Zambiasi desautorizando o Líder Nereu D'Ávila, o Líder
Luiz Braz, completamente. V. Exas. do PT são ingratos, porque no momento em que
esta Câmara não sabia do que fazer com 19 Vereadores, fomos nós que impusemos a
Mesa pluripartidária. E V. Exas., no momento em que surrupiaram a Mesa
pluripartidárias, exigiram 2 anos. Manobra magnífica e até o Ver. Paulo Brum,
pacífico, envolveu-se nessa manobra de Zambiasi. O Ver. Braz está estatelado na
sua poltrona, não sabe o que vai dizer. Mas é a verdade. O Senhor, Ver. Nereu
D'Ávila, está perto de um que o traiu, entre aspas, porque a Bancada se
chanfrou.
O SR. PEDRO RUAS (Questão de
Ordem): Sr.
Presidente, primeiro eu faço um pedido e num segundo momento farei a exigência
para que o Ver. Pedro Américo Leal retifique o que disse em relação a este
Vereador. Nunca, em toda minha vida, traí ninguém, nem o Líder da minha
bancada, nem ninguém que conviveu comigo. Eu peço ao Vereador que retifique o
que disse e num segundo momento eu vou exigir.
O SR. PEDRO AMÉRICO LEAL: Eu coloquei entre aspas e
não adianta exigir que eu não retifico.
O SR. PEDRO RUAS: Então, eu vou exigir.
O SR. PEDRO AMÉRICO LEAL: Pois eu digo que entre
aspas traiu, porque se a bancada se reúne e o Ver. Nereu D'Ávila hipoteca a
solidariedade da Bancada e a Bancada sai para um outro lado com Elói Guimarães
e Pedro Ruas, o que pode ser? Ou é uma Bancada muito "zurrapa" ou
alguém distoou. Não há outra alternativa. O resto é tergiversação. E nos chama
o PT daqueles que se auto-afastaram, auto-eliminaram. Sim, João Dib, Ver.
Zachia, Ver. Pujol, Ver. Antonio, Ver. Braz, auto-eliminaram-se. O PT não
queria uma Casa harmônica, equilibrada? Queria! Mas sacrificou esse manancial
de riqueza por dois anos: as 30 moedas de Cristo. Muito obrigado.
(Revisto pelo orador.)
O SR. PEDRO RUAS
(Requerimento): Sr. Presidente, eu requeiro cópia do pronunciamento do Ver. Pedro
Américo Leal.
O SR. PRESIDENTE: A Mesa somente pode deferir
após terem passadas 48 horas do pronunciamento: antes, só com a anuência do
Ver. Pedro Américo Leal. Eu solicito que o Ver. Pedro Américo se pronuncie a
respeito.
O SR. PEDRO AMÉRICO LEAL: Sr. Presidente, eu acho que
os pronunciamentos dos Parlamentares devem estar à disposição, logo após serem
proferidos.
O SR. PRESIDENTE: Diante ao pronunciamento do
Ver. Pedro Américo Leal, a Mesa defere o seu pedido, Ver. Pedro Ruas.
O SR. PRESIDENTE: O Ver. Guilherme Barbosa
está com a palavra, em tempo de Liderança.
O SR. GUILHERME BARBOSA: Sr. Presidente, Srs.
Vereadores, presentes a esta Sessão. Vossas Senhorias estão, provavelmente,
espantados com algumas coisas que estão acontecendo neste momento e que não têm
nada a ver com a verdade, e me surpreende que venha do Ver. Pedro Américo Leal
com quem que temos tido uma boa relação pessoal e política, apesar das
diferenças partidárias.
Desde o dia 04 de outubro, quando a cidade conheceu os seus eleitos
para compor esta Câmara de Vereadores, a Bancada do PT, os 14 Vereadores que
estarão nesta Casa, alguns já escolhidos como Secretários e que serão
substituídos, e que terá a presença do Ver. Lauro Hagemann, começou a conversar
com todas as Bancadas, em ritmos diferentes, é verdade, levando alguns
critérios que nós definimos para a composição da Mesa e para a composição de
todos os setores para administrar esta Casa de Vereadores, esta Câmara de Vereadores
de Porto Alegre.
1º Critério- Proporcionalidade - que todos os Vereadores tenham o mesmo
número de assessores, hoje não é assim. 2º Critério - A Mesa com a participação
de vários Partidos. 3º Critério - Pelo tamanho de nossa Bancada, nós
gostaríamos de ter 2 anos de presidência dos 4 que virão, dois nomes na
composição da Mesa, dos seis, e a presidência de duas Comissão Permanentes, das
seis existentes. Esta fala, este discurso está presente desde o dia 04/10/96, e
assim, Ver. Pedro Américo Leal, nós ontem fechamos um acordo, falta até uma
reunião com a Bancada do PTB, com a Direção do PTB e 3 Vereadores dos 5.
Exatamente esses critérios foram acordados, portanto, nós não mudamos uma
vírgula do que estávamos dizendo. Assim também aconteceu na reunião anterior
com a Bancada do PDT e com a Direção Estadual do PDT, nós não mudamos uma
vírgula do que estávamos dizendo. Os critérios que nós colocamos antes e o
desejo de avançar e de melhorar o trabalho nesta Câmara permanecem.
V. Exa. sim, defendeu a nossa participação na Mesa, numa determinada
frente de oposição que se queria formar, isso é verdade, mas o Senhor nunca
concordou conosco, havia divergência, portanto, não poderia haver acordo nenhum
firmado com V. Exa. só porque um dos critérios que nós colocamos foi aceito por
V. Exa. ou pela Bancada.
O Sr. João Dib (aparte
anti-regimental): Lógico que não.
O SR. GUILHERME BARBOSA: Está comprovado que não. Em
nenhum momento nós fechamos acordo, agora posso dizer que foi perdida a
oportunidade pelo Partido que V. Exa. compõe de avançar para a qualificação
desta Casa. Portanto, por parte da Bancada do PT não há nenhuma ingratidão, nós
não fechamos acordo nenhum.
O Sr. João Dib (aparte
anti-regimental): Nem nós chegaríamos a um acordo.
O SR. GUILHERME BARBOSA: Exatamente. É bom que se
diga isso, porque antes diziam o contrário nas reuniões. Nós não costumamos
falar duas coisas, num lugar e em outro; falamos a mesma fala, o mesmo discurso
desde o dia 04/10/1996, essa é a verdade. Nós ficamos muito felizes e contentes
que duas Bancadas desta Casa, duas direções estaduais dos partidos do Rio
Grande do Sul e do País entenderam isso e juntos nós vamos começar a escrever
um outro momento, uma outra história na Câmara de Vereadores de Porto Alegre,
uma história importante e qualificada, mas que vamos avançar mais ainda. Muito
obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: O Ver. Luiz Braz está com a
palavra para Comunicação de Liderança.
O SR. LUIZ BRAZ: Sr. Presidente, Srs.
Vereadores, Senhoras e Senhores. Até o final desta legislatura, até 31 de
dezembro, ainda continuo sendo o Líder da Bancada do PTB, aqui, na Câmara
Municipal.
O acordo que foi firmado ontem pela direção do meu Partido não conta
com minha participação, não contaria com a minha participação jamais, porque
tínhamos iniciado o entendimento entre todos os Vereadores da Casa. Não no
sentido de excluir quem quer que seja, mas para que todos possam fazer parte do
próxima administração, aquela que será iniciada em 1997. Não queríamos excluir
ninguém; não queríamos nenhum golpe para deixar o PT fora da administração que
vai iniciar no ano que vem. Só queríamos que essa proporcionalidade tão
decantada pudesse ser feita de acordo com os números que se expressaram nas
eleições de 96, e que marcarão a composição a partir de 97. O PT tem 14
Vereadores, e 14 Vereadores não são a metade dos 33 Vereadores. E, se 14
Vereadores não são a metade de 33, quando o PT reivindica dois anos na
Presidência da Casa, ele está cometendo uma injustiça com alguém aqui na Casa. E,
por essas injustiças, eu, Ver. Luiz Braz, que fui Líder da Bancada, e continuo
sendo Líder da Bancada até o final de 1996, me opus ontem, quando fui convidado
para participar da reunião que marcou essa assinatura, ou esse fechamento de
contrato entre o PT e o meu partido, o PTB.
Não vou criticar, aqui, os Vereadores da minha bancada, mas quero
apenas dizer aos Vereadores, aos Senhores e Senhoras aqui presentes, que, na
verdade, não compactuo com essas idéias expressadas, ontem, na reunião que foi
feita com o meu partido e o PT. Sou contrário a essas idéias, porque eu as
repudiei desde o início, sempre fui favorável aqui na Mesa, a que na próxima
Legislatura não houvesse exclusões, que todos pudessem estar presentes, lamento
que isto realmente não esteja acontecendo. Acredito que esta oportunidade que
estamos perdendo, de fazer com que a administração futura possa ser muito
melhor e mais justa do que as que se fizeram até agora, e os senhores sabem que
fiz parte destas, fui Presidente da Casa em 1994. Acho que essa chance que
estamos perdendo, dificilmente a teremos futuramente.
Estamos perdendo um grande momento, o de unirmos todos os partidos
desta Casa porque, afinal de contas, acredito que todos nós estamos numa mesma
missão, a de fazer com que esta Cidade possa ser melhor. A Revista Exame deste
mês aponta Porto Alegre como a Cidade onde se encontra o melhor padrão de vida,
entre dez que foram citadas, acho que esta Casa tem muito a ver com isso,
porque uma das missões desta Câmara de Vereadores, é ajudar a administrar a
Cidade. Acredito que isto esta Casa tem feito com muita precisão, mas estamos
perdendo esta oportunidade, agora, de melhorarmos o nosso trabalho e para, quem
sabe, darmos uma contribuição maior para que Porto Alegre possa ser cada vez melhor.
(Não revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: O Ver. Airto Ferronato está
com a palavra, em Comunicação de Líder.
O SR. AIRTO FERRONATO: Sr. Presidente, Srs.
Vereadores, tenho acompanhado deste outubro, a partir do resultado das
eleições, as manifestações que têm ocorrido aqui na Câmara, relativamente à
composição da Mesa para a próxima Legislatura. Não participei, jamais falei,
até porque não me reelegi, então não farei parte, nem pretendo fazer, de
qualquer negociação. Agora, acho que é importante se dizer que tem-se
acompanhado, aqui, uma série de manifestações em que, há equívocos na hora de
expressar as coisas e que têm trazido alguns problemas, algumas coisas que nós
não podemos colocar desta forma.
Está presente o Ver. Antonio Hohlfeldt, eu fui o seu 1º
vice-Presidente; está presente o Ver. Dilamar Machado, eu fui o seu 1º
vice-Presidente; está presente o Ver. Wilton Araújo, eu fui o seu 1º
Secretário; está presente o Ver. Luiz Braz, eu fui o seu 1º vice-Presidente e,
no ano passado, eu fui Presidente da Câmara. Aconteceram avanços importantes
nestes períodos todos. Estou há oito anos aqui na Casa e temos acompanhado
avanços importantes e acredito que não é de uma hora para outra que nós
modificamos 100% do processo, porque é um processo político.
Com relação a cargos, à Mesa, eu quero deixar registrado o seguinte:
Apresentei uma proposta para que haja garagem para todos os Vereadores. Está
pronta a garagem. Foi feita em 1995, no nosso comando. Apresentei uma proposta
para que haja motorista para todos. Houve uma negativa, porque os motoristas,
para quem não sabe, eles estão divididos. Caberia meia hora para explicar, não
é o problema. A Mesa Diretora tem uma proposta de minha autoria que não foi
discutida, porque apresentamos muito tarde, no final do ano. Ela merece uma
discussão maior. Nós apresentamos uma proposta para garantir a participação
democrática de todos os Partidos na Mesa. E, para concluir, com relação aos
CCs, também temos uma proposta, assinada pelos membros da Mesa, do ano passado,
onde se faz uma distribuição para todos. Então, na verdade, devagar as coisas
vão se aprimorando. Nós não podemos radicalizar dizendo que tudo está certo,
que tudo está errado, é importante a posição pró e contra no sentido deste
debate que vai trazer o melhor para a Câmara. Por quê? Porque estou saindo da
Câmara e não poderia deixar de registrar, numa tarde como hoje, que tem
bastante visitantes, que a Câmara Municipal de Porto Alegre é exemplo para o
País. Aqui, nos temos pessoas sérias, dignas e trabalhadoras, que buscam
representar da melhor maneira possível os anseios dos cidadãos de Porto Alegre.
Eu não poderia deixar de registrar que, durante este período, houve
significativos avanços e, se Deus quiser, cada vez se aprimorará mais. Isso é a
democracia. Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: Requerimento, de autoria do
Ver. Nereu D'Ávila, já aprovado solicitando que o Grande Expediente seja
iniciado de imediato, para que seja formalizada a homenagem ao "Lions
Club".
É o que passa a acontecer a partir deste momento, uma vez que as
manifestações de pedidos de Lideranças são solicitados, e este Presidente tem
que conceder por força regimental.
Passamos ao
Nesta oportunidade prestaremos homenagem ao "Lions Club Passo
D'Areia". Convidamos, por ocasião do seu 35º aniversário, conforme
Requerimento aprovado por unanimidade em Sessão Plenária deste Casa, o Seenhor
Silvério Rothvelt, Presidente do Lions Club Passo D'Areia; o Governador do
Lions Club, Vanderlan Peçanha; "past" Governador do Lions Club,
Wilson de Oliveira Castro; o "past" Governador Holso Oliveira
(1992/93); "past" Governador Hélio Serafim Flores Lovatto (93/94).
O SR. REGINALDO PUJOL
(Questão de Ordem): Senhor presidente, informalmente as Lideranças concordaram em que um
único orador falaria em nome da Casa. Ficou acertado que o Ver. Nereu D'Ávila,
em nome das Bancadas, haveria de fazer a homenagem. Como Líder do PFL eu estou
subscrevendo essa posição formalmente.
O SR. PRESIDENTE: Está com a palavra o Ver.
Nereu D'Ávila que fala em nome das Lideranças do PFL, PSDB, PT; PPB, PPS, PC do
B e seu partido PDT.
O SR. NEREU D'ÁVILA: (Cumprimenta os componentes
da Mesa.) Srs. Vereadores, minhas senhoras e meus senhores, tenho certeza de
que V. Exas. compreenderão a dinâmica deste Legislativo, por isso atrasou esta
Sessão que transforma o Grande Expediente de hoje, por força de todas as
Bancadas deferirem, a este Vereador Requerente, uma grande homenagem aos 35
anos do Lions Clube Passo da Areia. É mister que se situe primeiramente o
movimento leonístico e, inseridos neste movimento, os clubes de Porto Alegre, e
dentro dos clubes de Porto Alegre, o Lions Club Passo D'Areia que amanhã, 5 de
dezembro, completa 35 anos de existência.
Este grande clube, dentre os seus padrinhos, teve uma figura que para
nós, Vereadores, e, principalmente para nós da vertente trabalhista, do PDT,
muito nos honrou que esse cidadão tivesse sido um dos padrinhos do Lions Club
Porto Alegre - Passo D'Areia, exatamente José Aloísio Filho, e outro, Artêmio
Bellini.
O Lions é um clube de serviço, mundialmente instituído e organizado,
que tem precipuamente duas missões: prestar serviço a comunidade e incentivar o
companheirismo entre seus membros. E isso o Lions Club Passo D'Areia, nos seus
35 anos, o fez ousadamente e sobradamente.
Dentre as suas participações em campanhas, colaboraram na construção da
Escola Vicente Palotti, da Escola Cristo Redentor, do Centro de Reabilitação de
Porto Alegre (CEREPAL), da Creche Recanto da Alegria, do Pavilhão de
Proctologia da Santa Casa de Misericórdia, de um consultório na Banco de Olhos
e da assinatura de um protocolo com o Governo do Estado, à época do Gov. Simon,
engajando-se à campanha de doação de órgãos.
Atualmente procedem às campanhas de detecção precoce de diabetes, de
colesterol e campanha de operações de catarata. Portanto, um rol magnífico de
campanhas e de realizações, fazendo jus a um dos seus princípios fundamentais.
Lembro, ao longo destas três décadas e meia, muitas pessoas, quer leões quer domadoras,
tanto quando exerceram a governadoria, e aqui estão dois do Club, o Holso e o
Silvério, tanto quanto aqueles que já desaparecidos, lembro, pedindo perdão se
outros não citar, lembro, por exemplo, do Hélio Medeiros de Albuquerque; cujo
filho Ricardo – convidei pessoalmente, mas hoje ele tinha compromisso
inadiável, para participar. Recordo que também o Hélio, que, exercendo função
no Poder Judiciário, também, como governador, prestou relevantes serviços ao
movimento e honrou o Lions - Passo da Areia.
Outro dia, no Lions - Santa Flora, eu dizia, por ocasião dos seus 25
anos, que, na década de 70, quando participávamos do movimento, estranhávamos
que a figura feminina fosse tão-somente de acompanhamento. Mas o Lions, como o
resto da humanidade, como o avanço de todos nós, como pessoas, e a compreensão
grandiloqüente dos fatos, acompanhou a evolução do mundo, e tem, hoje, não só -
o que é uma honra - as domadoras, mas também as companheiras leões. Creio que o
Wilson ainda é do G1ória - Teresópolis, hoje presidido por uma mulher; o Lions
- Rio Branco, do qual tive o prazer de, durante sete anos, participar, também
tem uma eminente mulher. E outros clubes da Capital, e certamente do interior.
O Lions - é bom registrar para os meus colegas Vereadores que podem não
conhecer a sua dinâmica - tem hoje o segundo Presidente Internacional
Brasileiro. O primeiro foi João Fernando Sobral, em 1976/77 e, agora, em
1996/97, Augustinho Soliva. Dois brasileiros que conseguiram chegar à mais alta
magistratura, a Presidência Internacional. Os Vice-Presidentes vão ascendendo
até chegarem à Presidência. Quando chega à 4ª, 3ª Vice-Presidência, já sabe que
vai ser o Presidente Internacional.
Não canso de repetir: Sobral, o primeiro Presidente Internacional
Brasileiro, tinha um "slogan" que me impressionou muito à época, e
que é, realmente, um primor de apelo aos princípios de solidariedade e estímulo
aos serviços que o Lions representa: "Faça seu semelhante sentir-se
necessário." Realmente, é uma frase que significa algo que está no âmago
da pessoa humana, que é ser estimulado para trabalhar, para prestar serviço à
sua comunidade, que é o apanágio dos Lions Clubs de todo o mundo. Portanto, o
Brasil também colaborou para que, já com o seu segundo Vice-Presidente, o
movimento Leonístico não perca de vista esse binômio maravilhoso de prestação
de serviços e companheirismo.
O Silvério já foi Governador e, agora, humildemente dá um exemplo de
voltar à Presidência, hoje Presidente nos 35 anos de fundação o Lions Club
Porto Alegre-Passo D'Areia. Portanto, sei que o Silvério e o Alenoir, hoje
estão muito satisfeitos, porque, nesse elenco de campanha e de prestação de
serviço, muitas e muitas vezes tiveram que sacrificar momentos de sua família
para consecução dos objetivos maiores do leonismo, que são as campanhas de
prestação de serviço.
Os ex-governadores que aqui, hoje estão, também o próprio Governador do
Distrito L8, nos honram com suas presenças, outro ex-Governador que foi do
Passa D'Areia, que é do Santa Flora, também aqui presente, todos sabem o quanto
custa o dia-a-dia do movimento leonístico, o quanto é difícil que as pessoas se
motivem para fazer qualquer coisa sem nenhum lucro, apenas com o desejo de
servir. E líderes que propugnam, que instam, que estimulam pessoas para estes escaninhos
merecem efetivamente toda a nossa saudação, toda a nossa solidariedade. A
Câmara Municipal de Porto Alegre, através de seus pares, votou por unanimidade
essa homenagem hoje proposta, e, me outorgaram, todas as Bancadas, essa honra
de falar em seus nomes, o que dá maiores responsabilidades às palavras de
saudação, mas também dá mais força para que esta transmissão do pensamento dos
representantes do povo de Porto Alegre seja de estímulo para que continuem
nessa trincheira, porque cada um escolhe a trincheira que deseja lutar durante
sua vida.
Portanto, quando escolhem uma trincheira sem nenhuma peculiaridade ou
contraprestação financeira de qualquer espécie, mas tão-somente com o intuito
de servir a sua comunidade, ao seu semelhante, efetivamente essas pessoas e
esse movimento merecem os maiores elogios. Que o Passo D'Areia que fecha,
amanhã, 35 anos - três décadas e meia - de serviços não só ao seu Bairro, mas à
Cidade de Porto Alegre e ao Rio Grande, através de todas essas campanhas, se
orgulhe de ser um dos esteios basilares do movimento leonístico de todo o
Distrito L 8.
Tenho certeza, Silvério, de que tu que hoje conduzes a bandeira que
outros te entregaram e fizeram com que prosseguisses, estás muito feliz. A
presença, aqui, de três ex-Governadores de Lions e a presença do atual
Governador, significa também a solidariedade e o estímulo ao trabalho que deve
ser continuado. Portanto, nossos parabéns! A Câmara, unida por todas as suas
Bancadas, através da minha palavra, saúda esses 35 anos e este Poder
Legislativo da Cidade está sempre, não só ao teu dispor, mas ao dispor de todo
o movimento leonístico do Rio Grande do Sul. Muito obrigado. (Palmas.)
(Não revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: O Presidente do Lions Passo
D'Areia está com a palavra.
O SR. SILVÉRIO ROTHFELD: Ilustríssimo Sr. Dr. Isaac
Ainhorn, Presidente da Câmara Municipal de Porto Alegre, Companheiro Vanderlan
Peçanha, Governador do Distrito L 8, 1996/97; Ilustríssimo Sr. Dr. Nereu
D'Ávila, Vereador proponente da homenagem ao Lions Clube Porto Alegre/Passo
D'Areia em seus 35 anos; meus companheiros ex-Governadores, Vereadores,
companheiros Leões, Domadoras.
Permitam-me que eu diga algumas palavras sobre meu Clube, o Lions Clube
Porto Alegre/Passo D'Areia. (Lê.)
“Retrocedendo no tempo, ano 1961, início do ano leonístico 61/62.
Reúne-se um grupo de líderes, empolgados pelos ideais de “Melvin Jones” e
decidem criar um novo clube.
O Lions Clube Porto Alegre São João-Navegantes, com a experiência já
adquirida, deliberou formar uma entidade similar, destinada a atender a zona
metropolitana denominada Passo D’Areia.
Para tanto, Homero Lopes, Presidente do Lions Clube de Porto Alegre São
João-Navegantes, designou seus companheiros Irineu Licks, Artemio Bellini e
José Aloísio Filho para agirem no sentido da formação da futura entidade.
O primeiro passo foi reunirem homens com reais atributos e condições
para ingressar no movimento. Aqueles delegados constituíram o “Grupo Piloto”
para a formação definitiva do futuro clube.
Finalmente, a 5 de dezembro de 1961, era fundado o Lions Clube Porto
Alegre Passo D’Areia e deste grupo faziam parte os CCLL Nelcindo Luiz Bertotto
e Domadora Terezinha Ubirajara de Jesus Pereira e Domadora Estela, os quais,
para alegria nossa, ainda permanecem ativos.
No dia 15 de junho de 1962 nos salões do Lindóia Tênis Clube foi
recebida pelo Clube a “Carta Constitutiva”.
A outorga foi feita pelo Governador do Distrito L8 61/62, Enio da Rocha
Aveline ao primeiro Presidente do Clube fundado: Alceu Squeff. Passava a
existir oficialmente o Lions Clube Porto Alegre Passo D’Areia, aquele a que
pertencemos e a cujos fundadores rendemos o nosso tributo de respeito e
admiração.”
Eu perguntei ao Presidente quantos minutos eu tinha; ele disse-me:
cinco minutos. Não poderia em cinco minutos dizer o que é o Passo D'Areia, mas
o meu colega de Faculdade, João Dib diz que me dá 10 minutos.
O SR. PRESIDENTE: O convidado tem um tempo
ilimitado aqui nesta Casa. É que o Ver. João Dib observou que, no relógio, ao
invés de eu lhe dar cinco minutos, eu lhe dei 10 minutos.
O SR. SILVÉRIO ROTHFELD: (Lê.)
“Hoje o Lions Clube Porto Alegre-Passo D’Areia, que tem uma história de
35 anos de trabalho, tem mantido uma liderança valiosa em todos os níveis, e
neste dia ousamos transmitir uma pequena mensagem, despretenciosa, porém eivada
dos mais puros sentimentos de gratidão.
Entendemos que a vida ganha sentido quando conseguimos divisar e
atingir um ideal sublime, a ele integrar-se com fé, entusiasmo e devotamento,
povoando toda nossa imaginação de realidades alcançadas.
Bem aventurados os que sabem divisar este ideal sublime, porque ele é,
o impulso mágico que prepara os homens para as grandes realizações.
Quando “servir desinteressadamente” aos nossos semelhantes se
consubstancia em um ideal, além de belo e soberbo, vemo-lo extrair do indivíduo
o máximo de potencial criador e o sumo de energia realizadora. Vemo-lo compelir
a criatura à prática de ações, sobremodo graciosas, eis que servir é agir com
todo o coração e altruísmo, é viver não apenas para si, mas também para os
outros.
“Servir” é compartilhar dos sonhos alheios e lutar pela sua efetivação,
enfim servir é saber amar, é saber espelhar-se no próximo.
Dois grandes motivos tem sido o responsável pela expansão do Movimento
Leonístico, além do conceito que merecidamente gozamos no seio da comunidade
universal:
O primeiro surgido no mesmo instante da fundação, foi aquele que
proibiu aos associados de se beneficiarem em proveito próprio, adotando o
preceito humanitário de “servir desinteressadamente”; fato que vinha ao
encontro dos costumes da época, onde os Clubes se alicerçavam na defesa
mútua...
O segundo, quando doze anos após, incluiu nos seus objetivos as
seguintes palavras:
“Criar e incentivar o espírito de respeitosa consideração entre os
povos da Terra, mediante os estudos dos problemas que afetam as relações
internacionais:
Neste momento dava-se início a uma revolução de tão grande
profundidade, que seu exemplo seria seguido por centenas de outras agremiações,
para torná-la um intercâmbio perene de amizade entre os povos do mundo,
incentivando com isso, o respeito e o interesse pelos problemas
internacionais.”
O Lions Passo D'Areia, engajado nesses princípios, trabalhou durante os
35 anos que completa amanhã em prol dos mais necessitados.
Quero agradecer à Câmara Municipal, pela homenagem aos 35 anos do Lions
Club Passo D'Areia. Esse agradecimento se estende também ao leonismo nacional e
internacional. Desejo a todos os ocupantes desta Casa que Deus os ilumine para
que o povo receba os melhoramentos de que necessita. Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: O nosso governador do
Lions, nosso querido Vanderlan Peçanha, solicitou três minutos para uma
manifestação. Evidentemente, nós, não podemos deixar de conceder-lhe a oportunidade
de se manifestar ao Legislativo Municipal de Porto Alegre. A Mesa concede um
minuto para o Governador do Lions, o Sr. Vanderlan Peçanha.
O SR. VANDERLAN PEÇANHA: Exmo. Sr. Ver. Isaac
Ainhorn, Presidente da Câmara; companheiro governador presidente do Lions Clube
Passo da Areia; Senhores Vereadores, autoridades leonísticas aqui presentes,
companheiros, domadoras. Eu não poderia me furtar de dizer algumas palavras em
agradecimento em especial a esta Casa, liderada hoje pelo companheiro Iaaac
Ainhorn e pela manifestação, pela iniciativa do nosso companheiro Nereu
D’Ávila. Em rápidas palavras, gostaria de dizer o que é o Lions Club. Ele está
presente em 182 países do mundo livre, desempenhando atividades voltadas para o
bem estar social, cívico e cultural das comunidades. Infelizmente, os Lions
Clubs são confundidos por clubes de beneficência, por clubes que praticam
somente a caridade. Estão esquecendo da verdadeira finalidade, de verdadeira
missão do Lions. Se o Lions fosse somente benemerência, não teríamos Lions
crescendo nos países do Extremo Oriente, nos países Europeus, nos Estados
Unidos e no Canadá, onde não existe absolutamente miséria. Deixo os meus
agradecimentos a esta Casa por prestar esta homenagem merecida ao Lions Club
Passo D’Areia pelos seus 35 anos que amanhã completará. Meus cumprimentos a
esta Casa e a todos que aqui estão. Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: Agradecemos a presença do
nosso Governador Vanderlan Peçanha, ao nosso Presidente do Lions Club Passo D'Areia,
Silvério Rockfeld, aos nossos ex-Governadores, Wilson, Élcio e Hélio, e pela
presença honrosa das nossas Domadoras e Leões, aqui presentes, prestigiando
nosso evento e pedindo nossas escusas pela demora da homenagem, que contou com
a iniciativa do Nobre Ver. Nereu D'Ávila. Agradecemos a presença de todos a
essa homenagem e continuem conscientes de que este Legislativo estará dando
todo apoio necessário ao Lions Club, como vem fazendo através do convênio entre
Câmara e Lions, de conhecimento de toda legislação que tramita aqui nesta Casa,
bem como do uso da Tribuna Popular e também da cedência dos espaços deste
Legislativo para os eventos e encontros dessa instituição que é de todos nós e
que é orgulho do nosso Estado. Agradecemos mais uma vez. Estão suspensos os
trabalhos para as despedidas.
(Os trabalhos foram suspensos às 15h58min.)
O SR. PRESIDENTE (Mário
Fraga) (às 16h02min): Estão reabertos os trabalhos.
Passamos ao período de
1ª SESSÃO
PROC. 2964/96 - PROJETO DE LEI DO EXECUTIVO Nº
067/96, que
dispõe sobre a remuneração dos Secretários Municipais, Procurador-Geral do
Município, Diretores-Gerais de Autarquias, Diretor-Geral do Departamento de
Esgotos Pluviais, Presidente da FESC, Assessores do Prefeito Municipal,
Coordenador-Geral do GAPLAN, e dá outras providências.
2ª SESSÃO
PROC. 2948/96 - PROJETO DE LEI COMPLEMENTAR DO
EXECUTIVO Nº 010/96, que altera a Lei Complementar nº 267, de 16 de janeiro de 1992, e a
Lei nº 2902, de 30 de dezembro de 1965, que se refere ao Conselho Deliberativo
do DEMHAB, e dá outras providências.
PROC. 2836/96 - PROJETO DE LEI COMPLEMENTAR DO
LEGISLATIVO Nº 019/96, de autoria do Ver. Antonio Hohlfeldt, que estatui normas para a
elaboração e controle dos Planos Plurianuais, das Diretrizes Orçamentárias, dos
Orçamentos Anuais e Balanços da Administração Direta e Indireta do Município de
Porto Alegre.
PROC. 2908/96 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº
169/96, de
autoria do Ver. João Dib, que denomina Praça Parque Residencial Malcon um logradouro
público localizado no Bairro Sarandi.
PROC. 2811/96 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº
164/96, de
autoria do Ver. Raul Carrion, que altera e acrescenta dispositivos na Lei nº
2.758, de 04 de dezembro de 1964, que estabelece normas técnicas para inclusão
de veículos na frota de transporte coletivo de Porto Alegre.
3ª SESSÃO
PROC. 2426/95 - SUBSTITUTIVO Nº 01, de autoria do Ver. Nereu
D'Ávila, ao PROJETO DE LEI DO
LEGISLATIVO Nº 139/95, de autoria do Ver. Reginaldo Pujol, que inclui
artigo na Lei nº 7632, de 10 de julho de 1995, que estabelece critérios para o
uso do cinto de segurança nas vias terrestres do Município de Porto Alegre.
PROC. 2855/96 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº
167/96, de
autoria do Ver. Guilherme Barbosa, que altera dispositivos da Lei nº 6524, de
26 de dezembro de 1989, com a redação dada pela Lei nº 7546, de 12 de dezembro
de 1994. (requisito exigido das entidades de produtores rurais de Porto Alegre
para conveniar com o Poder Executivo)
PROC. 2912/96 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº
170/96, de
autoria do Ver. João Dib, que denomina Rua Salomão Malcon um logradouro público
localizado no Bairro Sarandi.
PROC. 2954/96 - PROJETO DE RESOLUÇÃO Nº 028/96, de autoria da Mesa
Diretora, que denomina Sala Jornalista Cói Lopes de Almeida a sala da
Assessoria de Comunicação Social da Câmara Municipal de Porto Alegre, e dá
outras providências.
O SR. REGINALDO PUJOL
(Requerimento): Sr. Presidente, requeiro a V. Exa. que fique ressalvado que ficam
asseguradas as demais inscrições, no período de Grande Expediente.
O SR. PRESIDENTE: Já está acertado entre a
Diretoria Legislativa e este Presidente.
O Ver. Raul Carrion está com a palavra.
O SR. RAUL CARRION: Sr. Presidente, Ver. Mário
Fraga; Srs. Vereadores; demais presentes.
A Bancada do PC do B usa o tempo de Liderança para analisar a questão da venda, melhor dito, da entrega da Companhia Vale do Rio Doce. Hoje pela manhã, assistimos à notícia de que foi adiada a venda da Vale. Inicialmente, até, tivemos alguma satisfação. Quem sabe o “Imperador” do Brasil, o Sr. FHC, diante da resistência da nacionalidade, das grandes lideranças políticas deste País resolvem repensar o assunto.
Na verdade, o que constatamos é que se trata de um mero adiamento, para
permitir que os grandes grupos econômicos melhor conheçam a riqueza que está
sendo entregue e, segundo a imprensa, examinem os 90 mil documentos que se
encontram numa sala à sua disposição, para que saibam a fortuna que estão
adquirindo a um preço vil!
Ainda no dia de hoje, a Folha de São Paulo notícia que a Vale do Rio
Doce que está para ser vendida, irá investir 250 milhões para colocar em
produção a Mina de Ouro da Serra Leste do Pará; mina de ouro que acaba de ser
descoberta; a segunda mina de ouro descoberta nos últimos dois anos, e que,
apesar disso, pretendem entregar.
Tenho em mãos, publicado no Jornal Tribuna da Imprensa do Rio de
Janeiro, um importante artigo do conhecido jornalista Hélio Fernandes, onde ele
divulga algo do valor desta empresa que está sendo alienada ao grande capital
internacional. Diz ele: “só de reservas de minérios já conhecidos, a Vale tem
um trilhão e setecentos bilhões de reais. Isso num primeiro levantamento.”
A Vale é a maior empresa de mineração do mundo; detém 25% da produção
mineral de todo o mundo. Foi criada há 54 anos, junto com a Cia. Siderúrgica
Nacional, quando neste País ainda existiam homens, mesmo das classes dominantes
- que pensavam em um projeto nacional para este País. Tem 22 controladas e
coligadas. É a maior produtora de ouro da América Latina - já o era antes da
descoberta das duas últimas minas. Detém duas ferrovias e uma frota naval de 50
navios. É responsável por 40% do movimento dos nossos portos. Teve, em 94, um
lucro de 645 milhões de dólares!
Só nos dois últimos anos investiu dois bilhões de dólares.
Pois bem, querem vendê-la ao grande capital internacional por 12
bilhões de dólares. Mas só em reservas ela tem um trilhão e setecentos bilhões
de dólares!
O Diretor Geral do Banco Flemings, banco inglês, disse que “a Vale é
uma empresa de primeiríssima linha”, que “não conheço no mundo nada igual;
nenhuma outra empresa de mineração do mundo tem potencial igual à Vale. O Grupo
é complexo, além de ser líder em ferro, tem ouro, cobre, bauxita, e ainda papel,
celulose, navegação e ferrovia.” Os ingleses reconhecem, mas os entreguistas
nacionais - chefiados por esse homem que mandou esquecer tudo o que tinha
falado, tudo que havia escrito, tudo o que tinha votado - hoje entregam a Vale
do Rio Doce à “preço de banana” para os grandes capitais internacionais.
Hélio Fernandes ainda diz: “ferro: reservas de 540 anos; bauxita:
reservas para 187 anos; ouro: reservas para 25 anos; cobre: reservas para 24
anos; caulim: reservas para 35 anos.”
Então, é hora desta Casa tomar uma posição, manifestar-se contra essa
entrega, para que façamos, Cel. Pedro Américo Leal, política. Só que me sinto
“magoado”, por V. Exa. Ter esquecido de referir a valente Bancada do PC do B,
que costumeiramente usa esta tribuna não só para fiscalizar o “miúdo” desta
Casa, não só para “despachar” reivindicações justas da comunidade, não só para
aprovar projetos - e temos mais de dez esperando aprovação desta Casa - mas
também para que esta Casa cumpra o seu papel político de representar a sociedade
porto-alegrense, gaúcha e brasileira, contra essa política de “terra arrasada”,
desse Governo neoliberal. Contamos com que esta Casa cumpra o seu vigoroso e
importante papel político, pois na próxima Legislatura não estaremos aqui; mas
temos certeza que o exemplo da Bancada do PC do B e de outras Bancadas terão
aqui a sua continuidade. Muito obrigado.
(Revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: O Ver. Lauro Hageman está
com a palavra, em Liderança.
O SR. LAURO HAGEMANN: Sr. Presidente, Srs.
Vereadores. Assumo a tribuna contrafeito e a contragosto.
Esta Casa ontem prestou uma homenagem a um cidadão que não a pediu, o
Sr. Ahmad Raschid, Presidente da Sociedade Palestina de Porto Alegre e da
Grande Porto Alegre. Esta Casa havia-lhe concedido o Título de Cidadão de Porto
Alegre, por unanimidade. E ontem, às 19 horas, foi marcada a Sessão de entrega
do título, correspondente ao diploma e à medalha. Aguardamos até às 19h30min, e
até aquela hora não havia comparecido, como também não compareceu, nenhum
representante do Executivo para fazer, organicamente, regimentalmente, a
entrega da medalha e do diploma.
Eu sou membro da Frente Popular; tenho um trabalho de 8 anos de
acompanhamento, de apoiamento à Administração Popular. Não é por um episódio
como este que vou sair do meu propósito, mas cumpro o dever de reclamar. Porque
não foi com relação a mim que cometeram esse deslize, mas com a Sociedade da
Palestina, e ainda mais que estava presente o Embaixador da Palestina. E foi
anunciada, antecipadamente, a vinda deles. Então, o que passa pela cabeça da
gente, e de todos os que estavam aqui - e este Plenário estava lotado - é que
houve no mínimo uma desconsideração ao Projeto Palestino que no mundo todo se
discute. Isso me desagrada profundamente e me põe numa situação constrangedora.
Ainda espero por uma explicação, porque não posso acreditar que tenha sido um
ato espontâneo da Administração Municipal, até porque ontem o Prefeito Tarso
Genro, na hora em que acontecia essa solenidade, estava embarcando para
Montevidéu. Havia uma substituição normal, natural, na Prefeitura, eu espero
receber uma explicação para o que houve. E até ressalvo a presença, aqui, do
funcionário Peri, do Executivo, que ficou também numa situação embaraçosa. Ele
não tinha nenhuma responsabilidade no processo e teve de arcar com o ônus de
receber a carga negativa do fato de não ter comparecido um representante do
Executivo.
Por outro lado, quero reclamar do Presidente da Casa, o Ver. Isaac
Ainhorn, a sua ausência no comando da Sessão de ontem. Eu não sei o que
aconteceu. Ele alegou que tinha pedido ao Ver. Reginaldo Pujol, que se
desempenhou de maneira exemplar na condução dos trabalhos, mas o Ver. Pujol é o
segundo ou terceiro Secretário da Casa, e foi solicitado ao Ver. Issac Ainhorn
que presidisse a Sessão, em homenagem às pessoas que vieram a esta Casa. Não
era a minha pessoa que ele estava homenageando, eu fui apenas um instrumento
dessa homenagem, mas as pessoas que vieram aqui. Houve representação da mais
alta qualidade aqui, ontem, na Sessão de entrega do Título.
Faço este registro para que esta Casa tome consciência da sua
responsabilidade. Quando se entrega um Título dessa natureza a alguém, quando
se promove uma Sessão com a presença de tão ilustres convidados, nós não
podemos fazer vista grossa. Ou então vamos acabar com as sessões de entrega de
títulos, vamos mudar a Lei, façamos essas entregas nas Sessões Ordinárias, com
o orador proponente fazendo o discurso e alguém entregando o diploma e a
medalha, quando for o caso, como na Sessão de ontem, em que dois ou três
Vereadores estavam presentes, aliás, como em todas as Sessões Solenes. Muito
obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: O Ver. João Dib está com a
palavra, para discutir a Pauta.
O SR. JOÃO DIB: Sr. Presidente e Srs.
Vereadores, é por isso que não perdôo nunca as infrações do Executivo frente à
Lei Municipal. Realmente, a Lei diz que o Prefeito outorga o título de Cidadão
de Porto Alegre e ele faz a entrega. Mas ontem, nem o Prefeito interino veio;
eu acho que ele ficou preocupado por ser interino. Aqui está, Sr. Presidente,
na Pauta, um Projeto de Lei do Executivo que, no mínimo, tem falta de ética,
mas também tem falta de ótica, porque ele está mandando aumentar a remuneração
dos Secretários Municipais, Procurador-Geral do Município, Diretores-Gerais de
Autarquia, Diretor-Geral do Departamento de Esgoto Pluviais, Presidente da
FESC, Assessores do Prefeito Municipal, Coordenador do GAPLAN, e dá outras
providências.
O Prefeito, realmente muito mal-assessorado, assina, e sabe, por
experiência, que não tem sido fácil manter um padrão de qualificação técnica e
alta responsabilidade entre os membros do Secretariado. Realmente, foi o
próprio Secretário que deu para ele assinar. Ele não tem alta qualificação
técnica e não tem responsabilidade, o que foi amplamente demonstrado ontem
quando não mandou um representante e aí estava o Embaixador da Palestina.
O Prefeito manda pagar salário de Secretário ao Diretor-Geral do DEP.
Mais uma vez a incompetência do secretariado faz com que o Prefeito assine um
documento que não existe. Não existe “Diretor-Geral” do DEP, existe apenas
Diretor do DEP. Mas não há dúvida que ele dê para mais gente, porque todos
devem dar, nesses cargos em comissão, 30% ao partido. Então, dá para o Diretor do
GAPLAN, dá para o Coordenador-Geral do Gabinete do Planejamento, isso está no
Plano de Cargos e Funções. Aliás, um plano que, aqui, em 15.04.94. o Prefeito
me disse que ia mandar em 1994. Passou 95, 96 e 97 também não vai vir.
Mas este Projeto, aliás, todo mal-feito, todo incompetente, um tanto
quanto para analfabeto mesmo, ele diz: ao vencimento correspondente o valor de
3 mil reais. Ele queria dizer, não correspondente, correspondente não era
correspondente de guerra, nem correspondente que veicula notícia, ele queria
dizer que corresponde, ele queria um verbo, e colocou um substantivo. É a
competência que realmente ele não tem para o seu Secretariado. No parágrafo 2º
ele repete também: a verba de representação correspondente a 30% do valor
atribuído ao vencimento. Ele queria dizer que corresponde, verbo corresponder.
Mas esse Projeto de Lei mostra o desprezo que ele tem com os Servidores
Municipais. Isso, sim, é uma afronta aos Servidores Municipais. O artigo 7º, é
aquele em que ele pretende ter uma idoneidade que parece não ter, e digo
porquê. Esse artigo 7º diz que a forma de remuneração estabelecida no artigo 1º
da presente Lei é incompatível com a percepção de quaisquer vantagens e não
servirá de base de cálculo para concessão de vantagens temporais. Ora, eu fui
Secretário 6 vezes e ele está dizendo que o servidor que tem qualidade, que tem
competência para ser Secretário não merece ser aquinhoado por qualquer coisa.
Agora, aquele que vem para dar 30% para o PT, esse merece todas as coisas.
Eu digo com tranqüilidade que isso aqui é uma agressão ao Servidor
Municipal. Eu fui um Prefeito que teve quase todos os cargos de secretários
ocupados por servidores municipais, porque para mim são eles os mais
competentes. Eu não preciso entrar para aprender alguma coisa com os que estão
abaixo dele e depois mandam embora. Eles sabem, eu tive o Secretário de Obras,
da Saúde, do Planejamento, da Administração, Procurador-Geral, o Diretor do
DEP, o Diretor do DMAE, do DEMHAB, foi o Ver. Reginaldo Pujol, depois o Servidor
Rui de Medeiros, o Ver. Artur Zanella foi Secretário dos Transportes, mas
depois foi o funcionário Airton Texeira. Eu tive servidores em todas as
secretarias e muito bem assessorados fui por eles. Meu assessor engenheiro eu
trouxe da Prefeitura, não foi da esquina, ele conhecia a Prefeitura. Então, eu
podia pagar para eles mais do que os salários valem hoje sem ter recorrer a
esse tipo de projeto, especialmente quando ele deu 0,29% para os servidores
municipais numa bimestralidade, claro que esses 0,29% também foram dados aos
Secretários. Todas as vezes em que os servidores atingiram os 10%, ao longo do
ano, os Secretários também ganharam.
Acho que o Prefeito diz muito bem, eles não tem competência, não têm
condições de receber por uma questão de ética, e ótica também, esse Projeto não
deve ter continuidade nesta Casa e estou certo de que ninguém ousará pedir
urgência para ele. Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: A palavra com o Ver. Artur
Zanella, inscrito em Pauta. Cinco minutos com V. Exa. São permitidos apartes.
O SR. ARTUR ZANELLA: Sr. Presidente, Srs.
Vereadores, sobre o mesmo Projeto, inclusive, já comuniquei isso ao Ver.
Henrique Fontana na tese dos Secretários eu sou favorável. Nós aprovamos, no
Governo Olívio Dutra, essa equiparação dos secretários com os vereadores. O
Prefeito Olívio Dutra foi para a imprensa dizer que nós éramos uns marajás e
que os secretários dele não precisavam ganhar igual a vereador, porque eles
trabalhavam com amor e aquela coisa toda. Eu nunca me esqueci disso.
Mas, dentro dessa linha que eu traçava, acompanhando os comentários do
Ver. João Dib, eu diria que aqueles cargos que possam ser exercidos por
vereadores, que têm uma certa equiparação, acho que deve ser discutido esse
assunto, porque efetivamente existe uma certa similitude. Agora, o Sr. Prefeito
Municipal, na Emenda ele fala Diretor-Geral do DEP, no Projeto só fala em
Diretor e eu já fiz a minha análise rápida.
No art. 1º, Procurador-Geral do Município está absolutamente deslocado.
O Vereador não pode ser Procurador-Geral do Município, então não tem porquê
fazer essa equiparação. No art. 3º diz que o desconto máximo para partidos
políticos deve ser aquilo fixado pelos partidos normais que é de 10%, no
máximo. E nós estamos aprovando, parágrafo 2º, 30% de representação que ele nem
vai chegar a receber, vai entregar para o Dr. Pilla Vares, direto. Então, nós
estamos, na verdade, transferindo recursos públicos direto para o PT. Não tem
nem intermediário: 30% de representação e 30% para o Partido dos Trabalhadores.
No art. 4º aparece Gratificações para Assessores Jurídicos, Assessor de
Imprensa, Assessor Especialista do Gabinete de Imprensa que é uma figura meio
estranha. Coordenador do Gabinete Executivo lotados, isso não tem nada de
equiparação a secretários, nem a vereador. Duvido que qualquer vereador do PT
saiba o nome do assessor de gabinete, do assessor do Executivo, etc.
Então, eu vou propor, Sr. Presidente, a retirada de todo esse artigo. O
art. 5º é um primor de como não se faz um Projeto, porque a ementa dispõe sobre
a remuneração dos servidores. (Lê o artigo 5º). Isso não tem nada a ver com a
remuneração do servidor. Isso é um contraponto, eu não vou dizer uma gíria da
minha terra porque é anti-regimental.
O art. 7º, analisado pelo Ver, João Dib, é um escândalo de dizer que os
funcionários que forem Secretários não podem receber benefícios por isso. Quer
dizer, a pessoa cresce administrativamente, fica de Secretário 3, 4, 5, 6, 7
anos e isso não influi em nada na sua carreira. Isso é um absurdo! O art. 8º,
além de absurdo é uma demagogia barata, dizendo que os detentores dos cargos
alencados no art. 1º não poderão perceber remuneração superior que os
Vereadores do Município. Ocorre, Sr. Presidente e Srs. Vereadores, que os
Vereadores recebem os seus aumentos, quando os Deputados recebem os seus
aumentos. E estamos há 24 meses sem nenhuma alteração nos vencimentos, mas os
Secretários que entram de contrabando neste projeto, que diz: "O
vencimento estabelecido no parágrafo primeiro do artigo anterior serão
reajustados na mesma época e nos mesmos índices que for o do funcionalismo
público municipal. Quer dizer, eles, salário igual e aumento diferenciado.
Encerro, Sr. Presidente, sugerindo ao Ver. Henrique Fontana que mande
examinar o português deste Projeto, a gramática, a concordância deste Projeto,
porque acho que foi feito com muita rapidez para conseguir o aumento. A minha
posição: os Secretários Municipais que têm similitude com os Vereadores - podem
ter, na minha opinião, similitude -, agora, não esse contrabando que estão
fazendo aqui, e esses 30% que vão, repito, para os cofres do PT. Muito
obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: O Ver. Antonio Hohlfeldt
está com a palavra para discutir a Pauta.
O SR. ANTONIO HOHLFELDT: Sr. Presidente e Srs.
Vereadores, certamente será lugar comum no dia de hoje, neste espaço de Pauta,
tocarmos neste Projeto que prevê modificações salariais, em relação aos
funcionários e assessores do Executivo Municipal. Quero me referir a esse Projeto,
mas antes não quero deixar passar o Projeto que se encontra em 2ª Sessão e que
prevê o término do Conselho Deliberativo do DEMHAB.
Não quero deixar passar esse, porque quero ligar os dois Projetos, e
quero ligá-los com a discussão que tivemos anteriormente, aberta pelo Ver.
Pedro Américo Leal, em torno da sucessão da Casa. Acho que as coisas não estão
desligadas. Não quero ser repetitivo, mas fiquei satisfeito que o Ver. João Dib
não quis apostar de que ninguém pediria urgência urgentíssima do Projeto de
Aumento dos Secretários, porque ele perderia a aposta. Nós teremos tempo de ver
isso até o dia 13, mas não duvido, Ver. João Dib, que a Bancada de situação vai
pedir a urgência desse Projeto imediata, já que não pode aplicar o artigo 81.
Quero chamar a atenção de que, no meu entendimento, há uma dupla falta
de ética no envio desse Projeto a esta Casa, a primeira é referida pelo Ver.
Artur Zanella, e que quando houve a primeira administração petista havia um
equilíbrio entre vencimento de Vereadores e Secretários, posso falar isso
porque fui Secretário naquela administração. Era o então Vice-Prefeito, hoje
Prefeito, quem fazia questão de, em atos de proselitismo, para impressionar a
opinião pública, dizer: “Não, temos que segurar, temos que devolver dinheiro
aos cofres públicos". Como isso não tinha amparo legal, como não o tem
tido normalmente, as devoluções pretendidas de verbas de Convocações
Extraordinárias, mas não de 13º ou 14º salários da Assembléia que os Deputados
do PT percebem.
Então, não tendo como devolver aos cofres públicos, ficou complicada
essa situação e, gradualmente, ao longo desses anos, todo o proselitismo
político-partidário como tentativa de criação de uma imagem, criou-se essa
defasagem que, de um golpe, se pretende corrigir de uma hora para outra. E aí
que surge a dupla falta de ética, de um lado é falta de ética, o proselitismo
político desse tipo, porque é falso, de outro lado, porque como o Prefeito
Tarso Genro pretendeu dizer numa entrevista um dia desses, de que esse Projeto
valeria, quer porque o PT ganhou a eleição ou porque qualquer partido tivesse
ganho a eleição, eu pergunto: por que não o mandou antes de 03 de outubro? Se
fosse para qualquer um, poderia tê-lo mandado antes dessa data, aí sim,
teríamos transparência, saberíamos que os futuros Secretários do Município,
fossem quais fossem, ganhariam mais e, sobretudo, os eleitores saberiam que
iriam pagar mais pela máquina.
Mas há outra falta de ética e essa é fantástica: o dinheiro do desconto
partidário vem embutido no Projeto de Lei. O Ver. Artur Zanella pode sonhar em
querer fazer uma Emenda proibindo desconto desses percentuais, não vai
conseguir pois não tem nenhum amparo legal, porque cada um dá o que bem
entende, o que não podemos deixar passar é, de fato, esse parágrafo porque ele
é acintoso á Casa. Na combinação dos Artigos, em menos de um ano, os Srs.
Secretários Municipais estarão ganhando bem mais que os Srs. Vereadores, tendo
a disposição uma infra-estrutura e uma máquina administrativa que esta Casa não
dispõe. Cada vez que a Casa tenta se organizar para enfrentar questões que é do
nosso dia-a-dia, qual é o discurso que se apresenta à opinião pública? A Câmara
quer gastar o dinheiro do povo.
Nós temos parcos 4% orçamentários para esta Casa que jamais se cumprem
de fato na orçamentação realizada, porque as suplementações são tão fantásticas
que provavelmente se consiga baixar menos de 3% no final do Orçamento. Mas a
imagem que se vende à população, esta população que está aqui, hoje, por
exemplo, é que Vereador ganha muito, é de que a Casa gasta muito e que não
trabalha e que não faz a defesa da população, ao contrário, a Câmara é o
inimigo do povo.
Então, eu acho que nós temos que ter muito cuidado, porque o que se
discute aqui, eu vou voltar a este assunto na próxima Pauta, é bem mais do que
dinheiro, é uma estratégia que foi muito bem compreendida pelo Professor Giuste
Tavares num Artigo publicado na recente edição do "Jornal Já", ao
qual eu quero me referir nos próximos dias. Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: O Ver. Reginaldo Pujol está
com a palavra, para discutir a Pauta.
O SR. REGINALDO PUJOL: Sr. Presidente e Srs.
Vereadores, nós estamos, hoje, na 105ª Sessão Ordinária da 4ª Sessão
Legislativa Ordinária. Neste dia, a nossa Ordem do Dia tem 40 projetos para
serem examinados pela Casa. Nesse mesmo dia, às 16h38min, nós não examinamos
nenhum dos Projetos que deveríamos examinar no dia de hoje. Nós estamos a cerca
de 10 dias do término da Sessão Legislativa, com quatro sessões plenárias previstas.
Há uma expectativa de que, amanhã, se faça uma combinação de esforços
concentrados para se votar, em Sessão Extraordinária, vários projetos que estão
sendo improvisados pelos Senhores Vereadores, quando isso acontece, temos
projetos que estão, hoje, iniciando a sua tramitação regular, correndo o
primeiro dia de Pauta. Esses Projetos já foram objetos de discussão entre os
Vereadores, e eu nem vou ingressar nessa discussão no dia de hoje, porque estou
muito mais perplexo diante do PLCE nº 10/96, que altera a Lei Complementar nº
267, de 16.01.92 e a Lei 2902, de 30.12.65, que se refere ao Conselho
Deliberativo do DEMHAB e dá outras providências.
O Ver. Zanella e o Ver. Dilamar, todos aqueles que passaram pelo
DEMHAB, sabem que a Lei 2902 é, por assim dizer, a “Lei Orgânica” do DEMHAB, a
sua Constituição e que a lei Federal que regula a constituição das Autarquias
como antes da Administração Descentralizada impõe com uma das suas exigências
que essa descentralização administrativa se realize através da fiscalização que
tem que ser exercida pela delegação de controle e pela deliberação a respeito
de vários atos administrativos não-sujeitos a deliberação da Câmara de
Vereadores, porque trata-se do ente da Administração Descentralizada, mas que
terá que ter um organismo próprio.
Esses organismos são os conselhos Deliberativos de todas as Autarquias
instituídas sobre a égide de direito público brasileiro. O que se pretende é
puramente se extinguir o órgão deliberativo colegiado do DEMHAB. Isso
acontecendo, estamos extinguindo a Autarquia Municipal que cuida da habitação,
porque será uma entidade pública fora da lei, por que a lei colocou como
pressuposto fundamental para que os entes autárquicos existam que satisfaçam
alguns pressupostos e um deles é ser um órgão de deliberação, constituído na
forma da lei como o é até o dia de hoje.
Então, Ver. Pedro Américo Leal, sabidamente um dos parlamentares de
maior experiência que esta Casa tem a honra de possuir, sabe-se que existem
algumas coisas que o legislador municipal não pode legislar sob pena de estar
afrontando normas legais superiores.
Sr. Presidente, não podemos votar esta matéria e autorizar a extinção
do órgão de deliberação do Departamento Municipal de Habitação, previsto na Lei
nº 2902, que instituiu o DEMHAB como ente autárquico, salvo se quisermos, e
penso que o Ver. Artur Zanella e Dilamar Machado não vão querer levar no seus
currículos a inscrição de que eles ajudaram a extinguir o Departamento
Municipal de Habitação. Extinguir o DEMHAB não é novidade, mas nunca essa
intenção foi expressa tão claramente como por quem redigiu e apresentou este
Projeto de Lei que, extinguindo o Conselho Deliberativo de DEMHAB, esvazia
legalmente a Instituição e a aniquila, por inteiro. Deixa de ser uma Autarquia.
Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: Está com a palavra o Ver.
Luiz Negrinho. Desiste. Está com a palavra o Ver. Dilamar Machado.
O SR. DILAMAR MACHADO: Sr. Presidente e Srs.
Vereadores, com relação ao DEMHAB, concordo, plenamente, com o Ver. Pujol.
Parece-me que essa matéria deve ser estudada por todos os Vereadores da Casa. É
extremamente complexo este Projeto e não vejo como extinguir o Conselho
Deliberativo, muito menos sucedê-lo por um órgão chamado COMATHAB. Pode ter
sido aprovado na Câmara, mas não para substituir o Conselho Deliberativo do
DEMHAB, jamais. Não é só o DEMHAB, Vera. Helena Bonumá, também a EPATUR vai ser
extinta; amanhã ou depois vão colocar o DEP dentro do DMAE.
O que eu quero fazer, até não quero discutir a questão do subsídio dos
Secretários Municipais. Eu já fui Secretário Municipal, fui Secretário de
Estado e sei que um homem de bem que vai para um órgão é para trabalhar pelo
bem da comunidade e não é para roubar, para meter a mão no dinheiro público;
este deve ser bem remunerado. Não tenho nada contra. Acho que incluíram muita
gente que não deveria estar nesse rolo. Isso é outra questão. O que eu quero
deixar, como uma das últimas manifestações da minha vida publica, especialmente
nesta Casa, onde pela terceira Legislatura cumpro mandato de Vereador, é da
minha preocupação definitiva com uma figura chamada funcionário público deste
País. Bode expiatório de todas as mazelas da nação brasileira.
Os próprios servidores desta Casa, que tive a honra de presidir em 1992,
e lembro que logo que voltei a vida pública após alguns anos afastado por força
de ato institucional, fui encontrar na Câmara um corpo de servidores bem
remunerado, pessoas que faziam e fazem, ainda, de alguma forma, esta atividade
o seu meio único de vida e a sua aposentadoria futura. Mas vejo, dia após dia,
até chegarmos a ridícula, hilariante situação, inacreditável situação de um
Prefeito conceder 0,29% de bimestralidade a uma categoria de 27 mil pessoas.
Para um servidor que ganha 300 reais por mês, um aumento de 90 centavos. Eu
teria vergonha, Ver. Dib, como Prefeito, de assinar uma coisa dessas. A mesma
mão que assina um aumento de 0,29% de aumento para os servidores do Município,
assina um Projeto concedendo 53% de aumento aos Secretários, e não só
Secretários; Diretores, chefes de imprensa, de engenharia, GAPLAN, etc. Na
realidade, é uma situação complicada.
Tenho convicção, pelo que conheço e ainda o que resta da figura
política de Tarso Genro, de que ele vai retirar esse Projeto, ou pelo menos refazê-lo,
encaminhar Mensagem Retificativa, para que possamos, em respeito àqueles que
vão administrar a Cidade. Não votei no PT - nunca farei isso na vida -, mas não
condeno quem votou, porque a maioria da população votou, ou porque tem certeza
de que se trata de um partido de bem ou porque estava pensando que se trata de
um partido de bem, ou tem a idéia de que é gente competente. Então, foram
eleitos. Se não pela Cidade toda, pela maioria da Cidade, tem o direito de
governar e de terem os seus Secretários, uma remuneração adequada; mas só os
seus Secretários? Já foi examinado demais esse Projeto, todas as suas mazelas,
equívocos, erros, até de português. Perdoável num país como o nosso em que a
educação está arrasada, é terra arrasada.
Quero deixar, nesta manifestação, aquilo que foi a sombra ou a luz do
meu trabalho parlamentar, sempre, permanentemente, ao lado dos interesses da
categoria dos funcionários do Município de Porto Alegre. Aquilo que o Ver. João
Dib, lembro-me, fez no DEMHAB, quando Prefeito, eu como Diretor do DEMHAB muito
aproveitei os servidores da autarquia. V. Exa. sabe disso, Ver. João Dib, gente
que não era do meu Partido.
O administrador que ganha uma eleição, esquece os servidores, os seus
salários, suas famílias, suas aposentadorias, suas doenças, e vai só se reunir
e se cercar de companheiros de bandeira partidária não é um administrador
democrata, ele chefia um grupo que assume o poder.
É tão verdade o que acontece hoje, em Porto Alegre, que a luta maior
não é saber quem será Secretário no Governo Raul Pont: é quem vai continuar
Secretário do Raul Pont. Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O SR. JOÃO DIB
(Requerimento): Requeiro que esse Projeto que extingue o Conselho Deliberativo do
DEMHAB retorne à Procuradoria da Casa para que o examine face à lei das
autarquias. Acho que houve um equívoco, é tanto conselho que não funcionou. A
Procuradoria deve rever a sua posição.
O SR. PRESIDENTE: Vamos colocar o seu
Requerimento para estudo da Diretoria Legislativa e Procuradoria da Casa.
Encerrado o período de Pauta. Havendo quórum, passemos à
O SR. HENRIQUE FONTANA
(Requerimento): Eu requeiro, Presidente, que passemos à votação imediata, no início da
Ordem do Dia, dos projetos de folhas 42 e 43, que tratam da desafetação de
áreas para regularização fundiária, isto é, PLE nº 054/96 e o PLE nº 055/96.
O SR. ARTUR ZANELLA
(adendo):
Eu gostaria que o PLCL nº 030/95, que trata da regularização das construções do
Município de Porto Alegre, que, provavelmente, vai beneficiar todas essas
pessoas que estão aqui, que fique por último, porque eu estou esperando uma
Emenda que está vindo da Secretaria Municipal de Planejamento.
O SR. PRESIDENTE: Se o Ver. Henrique Fontana
não tem nada contra o adendo, então vamos colocar em votação o seu
Requerimento, que solicita que seja votado em primeiro lugar as folhas 42 e 43,
adendado pelo Ver. Artur Zanella, para que seja votada por último a folha 7.
O Ver. João Dib está com a palavra, para encaminhar.
O SR. JOÃO DIB: Sr. Presidente, Srs. Vereadores.
O meu posicionamento hoje não é diferente do que alguns dias atrás ocorreu. Eu
trago uma pasta, tudo arrumadinho, na seqüência os Projetos para serem votados,
e quando chega aqui neste Plenário tudo é trocado. Eu tenho dificuldade de me
adaptar a tal tipo de coisa. Eu vou encaminhar contrariamente, até porque há
Projetos de Lei aqui para serem votados há muito mais tempo e não com o artigo
81, ou seja, matérias da mais alta relevância são votadas com o artigo 81 e
ainda conseguem burlar a vontade da maioria, a vontade do Secretário que
organiza a Ordem do Dia, para que aqui seja votado o interesse desse ou daquele
segmento. Eu vou votar e encaminhar a votação contrariamente. Não me incomodo
de perder. Sou coerente, voto e encaminho contrariamente. Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: O Ver. Henrique Fontana
está com a palavra para encaminhar pelo PT.
O SR. HENRIQUE FONTANA: Sr. Presidente, Srs.
Vereadores, especialmente ao Ver. João Dib, é lógico, sempre que possível é melhor
que nós sigamos a Ordem do Dia estabelecida pelo Secretário. Mas há um amplo
entendimento da Casa, faz algumas semanas que temos conversado a respeito
desses dois Projetos, onde a Câmara analizará a desafetação das áreas verdes,
que permite o prosseguimento do processo de regularização fundiária dessas
áreas da Vila Jardim.
Só estamos pedindo a antecipação por ser de fato importante que a
Câmara consiga avaliar e votar rapidamente, para que esse Projeto possa
continuar os trâmites da regularização fundiária naquela área. Não há
obviamente nenhum interesse em qualquer conflito, aliás, tinha falado com
diversas lideranças, entendo a posição do Ver. João Dib, mas há de fato uma
ampla maioria que entende que nós podemos liberar a votação desses dois Projetos.
Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: O Ver. Airto Ferronato está
com a palavra para encaminhar pelo PMDB.
O SR. AIRTO FERRONATO: Sr. Presidente e Srs.
Vereadores, Senhoras e Senhores, sou favorável aos dois Projetos, como, aliás,
já fui aos projetos anteriores, como aliás trabalhei, sem modéstia, bastante,
para que aqueles projetos anteriores pudessem ser aprovados. Aquelas pessoas
que estiveram presentes naquelas discussões anteriores sabem das nossas
posições.
Tenho dois projetos para discutir hoje: um, na folha oito e, o outro,
na folha 41, que é imediatamente anterior à 42. Mas, sou favorável à mudança na
ordem dos projetos. Até teria direito e interesse que fosse, primeiro,
discutido os meus, para que os visitantes soubessem o que estamos propondo
aqui. Agora, vamos votar favorável à mudança na ordem dos trabalhos, porque
acho importante. Entretanto, não poderia deixar de dizer uma coisa: em 1989,
morei, por muito tempo, na Rua Barão de Bagé. Conheço aquela área muito bem.
Aliás, trabalhei bastante para ver aprovados aqueles projetos. Vou votar sempre
favorável, porque sei que é necessário esse tipo de coisa. Agora, o registro
precisa ser dito, dada a dificuldade que nós temos, enquanto Vereadores de
Porto Alegre, até na busca de votos no município de Porto Alegre. Em 1989 a
primeira coisa que fiz, quando Vereador de Porto Alegre foi pedir o calçamento
das ruas Souza Lobo porque todas eram uma estrada de chão pavorosa. Pedi para o
Executivo o calçamento, discuti "ene" vezes, perdi tempo mas, graças
a Deus, conseguimos ver asfaltadas aquelas ruas. Porém, na época das eleições,
moradores daquela rua, meus particulares amigos, me chingaram um monte, diziam
que não votariam mais em mim em hipótese alguma porque, na verdade, foi o PT
quem fez. Sabem por quê? Porque todas as vezes que se faz uma inauguração de
rua não se diz que a Câmara interferiu, não se diz que os Partidos
interferiram, nunca se disse que os Vereadores lutaram para isso na Cosme
Galvão, Barão de Bagé, na Salvador Pinheiro, Salvador Leão, Souza Lobo, e assim
por diante. Foi o PT quem fez! O PT fez e a Câmara nunca fez nada.
Mas alguns resultados favoráveis obtivemos. Quero dizer àqueles
moradores lá, meus particulares amigos, que saíram me chingando, que desde 1989,
aqui na Câmara Municipal de Porto Alegre, sempre estive ao lado dessas
reivindicações. Vamos votar urgente, vamos regularizar, contem com o nosso
apoio, vamos estar sempre presentes porque isso aqui melhora a qualidade de
vida do nosso cidadão.
Queremos dizer aos moradores de Porto Alegre que precisa, o PT e a
Administração Popular, reconhecer publicamente que existem Vereadores de todas
as Bancadas, que atuam nessa área, que isto não e obra só do PT, que não é só o
Orçamento Participativo. Sempre fui um defensor do Orçamento Participativo e
dizer que ali se discutem as coisas, se existe este instrumento em Porto Alegre
é porque a Câmara assim o fez. Então, na verdade, temos que mudar um pouco essa
visão de que tudo que e feito é obra da Administração Popular, e isto cada vez
mais prejudica Vereadores de oposição. O que seria o ideal é dizer que não, e
até buscar recursos para outras áreas. Seriedade é dizer que precisa ser
regularizada, precisa ser desafetada, e vamos votar favorável. Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: Vamos apregoar o
Requerimento do Ver. Henrique Fontana, líder da bancada do PT, que pede licença
a Vera. Maria do Rosário na data de 04 do corrente, baseada no artigo 218,
Inciso I, do Regimento Interno desta Casa. Consta junto o atestado médico e
desde já pedimos ao líder da Bancada que avise o Suplente Ver. Gerson Almeida
para que possa assumir nesse dia. O Ver. Reginaldo Pujol está com a palavra,
para encaminhar o requerimento.
O SR. REGINALDO PUJOL: Sr.Presidente e
Srs.Vereadores, junto com o Ver. Paulo Brum, me encontro neste Plenário desde
as 13h55 min, quando às 14h tentei abrir a Sessão Ordinária sem sucesso. Eu
antevia, na ocasião, que teríamos dificuldade nesta tarde, onde se acumulou a
homenagem ao Lions Club, que procuramos fazer a mais concisa possível, e também
a manifestação do Sr. Albino Moura na Tribuna Popular com seus incidentes junto
com o IBAMA.
Quero dizer que vou votar a favor da inversão, porque, há mais tempo,
computado pela Bancada do Partido dos Trabalhadores sobre vários assuntos. E
disse que, quanto a esses dois assuntos, poderiam concordar com a minha plena
aquiesciência de que se votasse com a maior brevidade possível. Eu já falei no
período de discussão preliminar que estou altamente preocupado de que esses 38
Projetos, além desses dois que serão votados agora, acabem não sendo analisados
nesse ano Legislativo. E que tenhamos até que enfrentar absurdamente Convocação
Extraordinária quando muitos de nós estaremos até limpando as nossas gavetas
para partir para outras atividades.
Mas agora, Ver. João Dib, eu observo - e não tiro a razão de V. Exa. -
que o critério de prioridade dado aos processos precisa ser mais discutido, não
pode ser jogado simplesmente aqui no Plenário na hora da discussão. No dia de
hoje, o que eu mais fiz aqui foi votar inversão de Pauta, inversão de ordem dos
trabalhos para acomodar uma situação de fato. Há 15 dias atrás, eu pedia que as
lideranças se concentrassem e montassem uma Pauta comum, uma Ordem do Dia negociada
para que ficassem os projetos priorizados. Porque eu tenho um Projeto de Lei de
minha autoria, que entrou na Pauta para discussão antes do dia 03 de outubro
PLL nº 12/96 -, ainda no mês de setembro. E como ele está aqui na folha 29, eu
tenho a convicção de que nós teremos de fazer mais 10 sessões iguais a esta
para que ele seja votado. Tudo no Art. 81, Ver. João Antonio Dib.
Há processos aqui na Pauta que são de 92, 94, 95. Então, não vamos
perder mais tempo. É indiscutível a importância dos dois Projetos de Lei que
nós vamos votar, e procedente a reclamação do Ver. Airto Ferronato quando
salienta que é retirada a importância da Câmara que legislou e criou o Direito
Real de Uso em Porto alegre e que permite, com a desafetação, que se aplique o
Direito Real de Uso em várias áreas, como essas duas da Vila Jardim, cuja
população, cujos interessados já andam aqui há vários dias pretendendo ver
dirimida de uma vez por todas essa pendenga.
O nosso voto é a favor. Nós tínhamos sido consultados pela liderança do
PT e avisamos que com relação a outros Projetos nós não concordaríamos que eles
fossem colocados prioritariamente, mas, relativamente a esses dois que,
expressamente, buscam criar a condição objetiva para a aplicação do Direito
Real de Uso em duas áreas da Vila Jardim, a nossa concordância é expressa e,
com o nosso voto, vamos permitir que essa inversão se dê mais uma vez e que,
com isso, se priorizem essas duas matérias. Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: Com a palavra, para encaminhar
o Ver. Artur Zanella.
O SR.·ARTUR ZANELLA: Sr.Presidente e Srs.
Vereadores. A bancada do PDT é favorável a essa inversão, e até os Projetos não
são muito diferentes um dos outros. Na verdade a justificativa deste Projeto e
dos outros é exatamente igual. Quem lê uma sabe da outra, é um xerox. No tempo
em que vão datilografando sai uma frase como esta: “A prática das invasões, na
verdade, tem um caráter de ambiqüidade, sendo conveniente ora a prática
clientelista, ora do mercado imobiliário formal, estensionando a terra privada
em especulação”.
E olha a frase, se alguém entender me avise: esta tolerância do Poder
Público significa muito o reconhecimento ao direito da ocupação ilegal e
irregular, porém não reconhece o direito à Cidade, pois isto provocaria
mudanças no mercado imobiliário, privado e nas políticas públicas urbanas.
Esta é a justificativa. Para aqueles mais antigos, o Cantinflas não
faria melhor.
É o 4º ou 5º ofício exatamente igual, não muda uma vírgula.
Então, os Vereadores do PDT concordam em favor daquelas pessoas que ali
estão. No meu caso já estou adiantando a discussão.
Gostaria que se fizesse uma adequação nos Projetos. O Ver. Mário Fraga
pediu uma Renovação de Votação do Projeto da Semana da Restinga, no mês de
agosto, um Projeto do Ver. João Verle. Pois o Ver. João Verle, na época já era
o futuro Diretor do DEMHAB, a Semana da Restinga já passou e ainda não
conseguiram renovar a votação da Semana da Restinga com a Emenda do Ver. Mário
Fraga.
Há outro projeto que tem Renovação de Votação aqui. Estou descobrindo
que tem duas fórmulas, inclusive, na saída a gente vai aprendendo: pedir
diligência... Estou com diligência do DEMHAB de 1992, era Prefeito ainda o Sr.
Olívio Dutra e o DEMHAB não, me responde a diligência.
Então, Sr. Presidente e Srs. Vereadores, ao encerrar, vou colocar uma
questão a mais porque não vou discutir o Projeto para que ele seja votado o
mais rapidamente possível, porque somos favoráveis.
Mas, os Senhores e as Senhoras que estão morando lá, pensam que vão
ficar de donos de uma casa, de um terreno? Não vão ficar! O terreno vai ficar
para a Prefeitura. Quando os Senhores e as Senhoras forem a algum lugar para
comprar material e lhes pedirem uma garantia, V. Sas. não vão ter porque isso
vai ficar sendo, a vida inteira, da Prefeitura. Se um dia vocês resolverem se
mudar porque conseguiram um emprego fora ou por questão de saúde, saibam que o
terreno vai ficar para a Prefeitura!
Por que estou dizendo isso? Porque o Sr. Paulo Maluf - por quem não
morro de amor, um dos motivos por que sai do partido foi, exatamente, o Sr
Paulo Maluf, porque não faria campanha para ele - esses dias foi denunciado em
São Paulo pelo PT como um Governador cambalacheiro, mentiroso, porque no
Projeto Singapura em vez de vender estava dando a concessão real de uso.
O Sr. Giovani Gregol: Ele prometeu na campanha
que ia dar e depois da campanha não quis dar. Não mente, Zanella!
O SR. ARTUR ZANELLA: Mentiroso é o Senhor!
O Sr. Giovani Gregol: Ele disse durante a
campanha que ia dar a propriedade para eles e depois....
O SR. PRESIDENTE: Ver. Giovani Gregol, por
gentileza!
O SR. ARTUR ZANELLA: Sr. Presidente, peço que a
Mesa me assegure o tempo.
Se algum dos Senhores que estão sentados aí pensa e vai ser dono de
terreno, não vai ser; o terreno é da Prefeitura de Porto Alegre.
Apresentei uma Emenda num outro Projeto que, em 5 anos, as pessoas que
tivessem Concessão Real de Uso poderiam propor a compra do terreno. Perdi. Se
eu tiver tempo, ainda, vou fazer Emenda nesse Projeto para perder de novo. Fui
quase vaiado outra vez, porque disse que as pessoas tinham que ter a
propriedade do terreno, as pessoas cuidaram do terreno, plantaram árvores,
aterraram, e não ficarão com direito nenhum sobre o terreno. Vou fazer uma
Emenda, como sempre fiz, vou perder, mas a apreciação do Ver. Raul Carrion me
dará tempo para fazer essa Emenda. Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: O Ver. Raul Carrion está
com a palavra.
O SR. RAUL CARRION: Sr. Presidente, Srs.
Vereadores, amigos da Vila Jardim que, usando de um direito legítimo aqui estão
presentes para nos ajudar. E tenho certeza de que esta Casa irá votar
favoravelmente. Eu queria usar da palavra, porque entendo que a Bancada do PC
do B, que tem lutado, incansavelmente, nesta Casa, pela regularização
fundiária, prevista na Lei Orgânica não poderia deixar de trazer o seu apoio a
este Projeto publicamente. Não iremos encaminhar pelo PC do B no momento da
votação, porque achamos que é suficiente a participação na discussão; e talvez
já estejamos viajando a Brasília, para tratar da solução de outro grave
problema habitacional, que é o do Conjunto Residencial Parque dos Mayas.
No entender da Bancada Comunista a desafetação dessa área que está
segundo me informaram os moradores ocupada há mais de quarenta anos e para a
qual há muitos anos vem sendo reivindicada a regularização, está atrasada. E
esse atraso não é por culpa desta Casa que sempre que este tipo de Projeto é
trazido aqui, apesar de algumas divergência, tem tido uma postura correta de
apoiar essas regularizações.
Na verdade, em 1990, esta Casa, ao aprovar a sua Lei Orgânica, no ato
das Disposições Orgânicas Gerais e Transitórias, determinou, no seu art. 1º:
"aos ocupantes de área de propriedade do Município, de suas autarquias,
empresas públicas e sociedades de economia mista, não urbanizada ou edificada
anteriormente à ocupação” - que é a situação de vocês –“que aí tenham
estabelecida a moradia até 31.01.89, e que não sejam proprietários de outros
imóveis, será concedido o Direito Real de Uso, conforme regulamentação em Lei
Complementar a ser votada até 60 dias da promulgação da Lei Orgânica.” E diz
mais: "no prazo de 180 dias da promulgação da Lei Orgânica, o Poder
Executivo significa a Prefeitura juntamente com a UAMPA, procederá ao levantamento
e à caracterização das áreas referida no "caput", após, o que
encaminhará à Câmara Municipal Projeto de Lei regulamentando a concessão do
Direito Real de Uso.”
O SR. JOÃO DIB (Questão de
Ordem): O
que está sendo discutido não é o discurso que o Vereador está fazendo, e sim se
vai ser alterado a ordem; só isso.
O SR. RAUL CARRION: O meu pronunciamento tem
tudo a ver, porque nós somos a favor da alteração da ordem, por quê? Porque
essa desafetação e essa regulamentação estão extremamente atrasadas. Então,
podem haver outros projetos na frente, mas nós temos que considerar o tempo em
que essas comunidades estão esperando. Porque se fosse cumprida essa Lei
Orgânica, Ver. João Dib, esta Casa e Executivo, deveriam, 180 dias depois da
aprovação da Lei Orgânica, ter feito o levantamento e a caracterização dessas
áreas garantindo a sua desafetação e garantindo o Direito Real de Uso.
O que estou afirmando é que essa votação, cuja inversão de ordem
estamos apoiando, está atrasada pelo menos 6 anos. Então os demais Projetos que
aguardem mais uma Sessão, Ver. Dib. V. Exa. não teve a paciência de ouvir este
Vereador até o fim, que fundamentou o seu apoio à inversão da ordem dos
trabalhos, exatamente porque estão 6 anos atrasados a desafetação e a concessão
do Direito Real de Uso, à esta comunidade.
Eu concluo, apoiando o Requerimento para que se diminua, “um pouquinho”
esse atraso. Que sejam seis anos, mas não que seis anos e mais alguns meses! E
que não cheguemos a 1997 sem essa solução.
Todo o apoio a vocês, desta Bancada pequena, mas valente, do PC do B.
Muito obrigado. (Palmas.)
(Revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: Em votação Requerimento do
Ver. Henrique Fontana. (Pausa.) O Ver. Jocelin Azambuja solicita votação
nominal. (Após a chamada.) APROVADO,
por 23 votos SIM, 1 voto NÃO e 1 ABSTENÇÃO, o Requerimento de inversão dos trabalhos.
O SR. ARTUR ZANELLA (Questão
de Ordem):
Sr. Presidente, eu quero alertar: estamos terminando a elaboração de uma Emenda
que será encaminhada diretamente à Casa.
O SR. PRESIDENTE: Não é Questão de Ordem, mas
foi feito o aviso.
PROC. 2547/96 - PROJETO DE LEI DO EXECUTIVO Nº
054/96, que
desafeta, da destinação de uso comum do povo, próprios municipais para fíns de
regularização fundiária através de concessão de direito real de uso. (área
integrante da quadra formada pelas ruas Barão de Bagé, Aquiles Porto Alegre,
Souza Lobo e Conde da Figueira, e outras áreas)
Observações:
- para aprovação, voto favorável da maioria absoluta
dos membros da CMPA - Art. 82, § 1º, VII, da LOM;
- incluído na Ordem do Dia por força do Art. 81 da
LOM.
O SR. PRESIDENTE: Em discussão o PLE nº 54/96.
O Ver. João Dib está com a palavra para discutir.
O SR. JOÃO DIB: Sr. Presidente e Srs.
Vereadores, eu devo informar que estou cansado dessas Bancadas valentes, até
por que valente rima com incompetente e o Projeto de Lei que agora está sendo
apreciado, sob a égide do artigo 81, não tem dois meses nesta Casa.
Dá a impressão de que os Vereadores sabiam tudo e, por isso, eu disse
que valente rima com incompetente e eu estou cansado de valentes. Valentes até
não me assustam muito, mas eu prefiro aqueles que são persistentes. Persistente
rima com valente, e as coisas têm que ser feitas com clareza. Por exemplo, eu
examinei o Projeto de Lei e não vejo nada do tal do Orçamento Participativo
dizendo que ele pode ser aplicado. Eu já li histórias em quadrinhos do
Município dizendo que as pessoas invadem e depois pressionam a Câmara
Municipal, junto com o Executivo, para que o projeto de desafetação seja
aprovado. Talvez os valentes tenham medo e aceitem a pressão.
Mas, Sr. Presidente, as pessoas que compraram terrenos nesse
loteamento, que é muito mais antigo do que a idade de alguns Vereadores aqui,
também compraram porque ao seu lado teria uma área com essa ou aquela
utilização, como praças, árvores.
Há pouco tempo eu comprei um apartamento e estavam cortando uma árvore,
eu chamei a SMAM, porque quando eu comprei o apartamento aquela árvore estava
ali e tinha que ficar ali. Agora, vêm os valentes e querem que tudo seja feito
às pressas, há menos de 60 dias o Projeto está na Casa e os valentes vão dizer
que sim, porque, talvez haja ali umas 30, 40, 50 pessoas, todas com muito valor
para mim, mas nenhuma delas capaz de mudar a minha coerência. Eu só dou mesmo o
que é meu, o dos outros eu não dou. O Ver. Artur Zanella disse muito bem, a
Prefeitura vai tomar para si, porque as outras passagens de pedestres estão
sendo vendidas pela Prefeitura, desafetadas e vendidas. Agora ela vai tomar
para si em nome de uma coletividade que não vai ser dona.
A emenda do Ver. Artur Zanella por certo também não vai passar. De
qualquer forma, eu requeiro que as Bancadas valentes - que devem estar, a esta
hora, no avião - raciocinem com valentia, com dignidade e com representatividade,
porque é difícil representar a coletividade, é mais fácil representar 30, 40,
ou 50 pessoas que aqui estejam, aí, o sujeito fica valente e desconsidera
aquele que não pensa como ele, quando há um alerta que está sendo discutido.
Uma coisa é ele falando; outra, ele mostrando que a Bancada é valente. Eu não
sou valente, eu sou de Vacaria.
Eu votarei contrariamente, porque esse Processo não tem instrução, ele
não diz para os Vereadores nada mais do que umas plantas riscadas e que não têm
nenhuma informação maior. Não é meu, eu não comprei terreno naquela área, então
não posso dar. Se eu não posso dar, tenho que votar contrariamente, para minha
tristeza, porque gostaria que todas as pessoas vivessem bem, que todos tivessem
a sua casa, o seu terreninho, plantassem algumas verduras e frutas,
colhendo-as, e pudessem viver bem, e não, em cinqüenta e poucos dias, atender
ao art. 81, da liderança do PT que poderia ter pressionado para que as
Comissões analisassem. Não, era mais fácil pedir o art. 81, como quase todos os
projetos que estão aqui hoje estão na base do art. 81. É vergonhoso para uma
Câmara ter que votar tanto no art. 81, parece até que não há Comissões, que não
se estuda a matéria, e os valentes, então, levantam a voz e ganham. Eu votarei
contrariamente. Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: O Ver. Giovani Gregol está
com a palavra, para discutir.
O SR. GIOVANI GREGOL: Sr. Presidente, Srs.
Vereadores, é até por obrigação que falo da tribuna, depois vou explicar o
motivo. Quero aproveitar esta discussão, porque o Plenário é feito de
observações e apartes até anti-regimentais, como me ensinou o meu amigo,
vizinho e colega Cel. Pedro Américo Leal.
Essa história de valente, gosto muito de um ditado gauchesco que diz: "Enquanto
houver mulher parindo e égua dando cria, não tem cavalo corredor nem homem
valente." Sempre vai surgir um, por mais forte que seja, está aí o Mike
Tyson. Não existe isso aí, a vida nos ensinou.
Falava na obrigação de assomar à tribuna, porque estou aqui até 31 de
dezembro, como Vereador titular desta Casa - digo isso porque não me reelegi,
infelizmente, para mim, pelo menos. O povo de Porto Alegre entendeu de não me
reconduzir a um terceiro mandato, porque estou nesta Casa há 8 anos, apesar dos
3 mil votos que fiz -, mas estou aqui sempre representado o meu Partido, PT, do
qual sou fundador, representando o seu programa, o seu estatuto, as suas
propostas, defendendo o Governo, mas também defendendo as propostas, as
posturas do Movimento Ecológico porto-alegrense e gaúcho.
Falo às pessoas que estão aqui, aos funcionários municipais, às pessoas
que estão aqui, da Vila Jardim, aos membros e lideranças participantes do
Movimento Ecológico, e moradores da região. Existe essa polêmica que a Casa
está fazendo há algum tempo, especialmente, durante o exame do Plano Diretor de
Porto Alegre, e nós nos preparamos, durante 8 anos, para votá-lo, e estamos,
modestamente, preparados para intervir nessa discussão, e vamos ficar
limitados, não vamos poder votar. Tivemos uma boa participação na Lei Orgânica,
que é essa questão das áreas habitáveis. Digo e repito que vou votar a favor do
Projeto anterior e vou votar neste, porque acho que são projetos bons, porque
tenho confiança nos nossos companheiros da Administração Popular. Agora, não
podemos deixar passar, porque somos a favor deste Projeto, porque entendemos e
acatamos a sua lógica -, não podemos aceitar certas propostas e certas pessoas
que até votam nele em cima de argumentações erradas e até demagógicas.
Nós ambientalistas, aceitamos isso, votamos a favor, inclusive lutamos
a favor numa situação semelhante na Vila Cosme e Galvão, pois entendemos que
essas são populações antigas, aquela é uma população estabelecida, isso antes
do Plano Diretor, que está em vigor, ser aprovado, porque achamos que haverá
uma melhoria na qualidade de vida. Agora, temos que ter cuidado com essa
definição do que seja habitar, tem gente que acha que habitar, inclusive nesta
Casa, gente preparada, que acha que habitar é apenas morar em um recinto.
Habitar não é apenas ter água luz, transporte, escola, praça. Tem uma
tendência, nesta Casa, que está se fortalecendo, de que o povão não precisa de
nada disso, vamos desafetar tudo e colocar casa popular, que sempre faltará,
principalmente num País como o nosso de tantas carências. O povo mais pobre é o
que justamente tem mais necessidade dessas áreas. Queria concluir, se algum
Vereador me cede o seu tempo.
O SR. PRESIDENTE: O Ver. Pedro Américo Leal
se inscreve e cede seu tempo a V. Exa.
O SR. GIOVANI GREGOL: Agradeço ao Ver. Pedro
Américo Leal. Estou tentando ser veemente, porque essa, provavelmente, será uma
das últimas vezes que poderei falar nesta tribuna, nesse final do meu 2º
mandato e, certamente, nesse assunto aqui. Temos que mudar essa concepção que
impera em algumas cabeças atrasadas, muitas por falta de instrução e outras,
porque sabem da verdade, mas fazem demagogia.
Se faltam casas, e faltam, faltarão durante muito tempo, talvez,
durante décadas, no nosso País. Há áreas disponíveis como parques e praças
públicas de uso comum para desafetar? Bom, só existe uma posição viável, que é
desafetar a área de lazer e preservação e construir casa. Mas está errado, se
aceita em caráter excepcional, como nós estamos fazendo agora, porque, se nós
seguirmos nesta linha, companheiros, em breve, nós não vamos mais ter praças e
parques novos na nossa Cidade. E a nossa Cidade é uma Cidade que cresce, o
poder público quer que ela cresça, a nossa Cidade vai aumentar em área
construída, vai aumentar em população, vai aumentar em número de automóveis e
as áreas de lazer já não estão crescendo e não vão crescer, vão decrescer muito
mais em relação ao crescimento disso.
O mínimo que nós queríamos é que Porto Alegre, pelo menos, mantivesse
essa relação de áreas verdes e habitantes. O mínimo que a Organização Mundial
de Saúde estabelece da relação de área verde da cidade por habitante são 12m2.
Porto Alegre não chega a oito metros quadrados. Mas esta relação que já é ruim,
que é abaixo do mínimo, Ver. Lauro Hagemann, nós não estamos conseguindo
manter. Está diminuindo a relação, nós estamos densificando a cidade, isso traz
uma série de problemas como alagamentos, impermeabilização do solo, a água não
tem mais para onde correr, alaga as casas, alaga tudo, causa acidentes. Eu
quero dizer que esta minha posição, além de uma posição ecologista, é uma
posição absolutamente socialista, de esquerda. Por quê? Porque o filho do rico
não precisa de praça. Se tem, ele usa, mas não precisa, porque ele vai para os
Clubes, a classe média vai para a Sogipa, tem casa, tem sítio em Viamão, tem a
praia, dois ou três meses de praia. Esse não carece de áreas verdes. Por ele,
pode construir tudo e encher tudo de automóveis, a sua família já tem dois,
três, quatro automóveis, que entopem as ruas, causando poluição, barulho,
acidentes, mortes. Agora, o filho do pobre não tem onde brincar, porque a casa
que o pobre pôde comprar que ganhou em concessão de uso da Prefeitura e tão
pequena que não tem espaço para brincar. E é fundamental no crescimento e na
saúde de qualquer ser humano, principalmente no ser humano em crescimento, como
as crianças e adolescentes, que elas tenham onde jogar bola, que elas tenham
onde pegar sol, que elas possam saber que existe um passarinho, que não é só lá
na TV. Isso aí é uma necessidade básica, humana, para a saúde física e mental
de qualquer um de nós.
Nós não podemos dizer, como querem alguns Vereadores, vamos desafetar
tudo. Se tem praça, vamos desafetar, vamos colocar casa lá. Claro, que isso dá
voto. Mas, aonde vamos chegar com este tipo de visão? Então, eu quero manter
que nós estamos votando em caráter de excepcionalidade. Isso não pode se tornar
uma política permanente, não deve.
Lembro, aos companheiros da minha Bancada que durante as discussões do
Plano Diretor, das quais participei, foi feito um acordo que sempre que se
desafetar uma área de praça, com foi o caso da Cosme e Galvão, deve-se criar
uma praça pelo menos na mesma microrregião para compensar. Há muita gente que
acha que praça não serve para ninguém. Deixa o filho do pobre ficar aleijado,
vendo televisão em casa todo o dia. O filho do rico não, está no hipismo,
fazendo musculação, esse tem dinheiro, não precisa de área pública de lazer e
preservação. Ele viaja pelo mundo vendo ecologia em Orlando, em "Disney
World". Habitar não é só ter casa, não. Habitar é ter condições humanas de
habitabilidade. Isso é fundamental à existência e ao crescimento e aumento de
áreas de lazer e de preservação, como são nossas praças e parque.
Por isso, nós, ecologistas, defendemos tanto essas áreas. Não é porque
queremos defender o passarinho contra a criança; a árvore contra o pobre. É
porque quem precisa mais do passarinho e da árvore é o pobre por aqueles
motivos que disse, de áreas públicas, porque o rico tem a fazenda, o
latifúndio, o quintal, o jardim. Não precisa disso. Que fique bem clara a nossa
posição. Agradeço a atenção da Mesa e a boa vontade dos Vereadores. Muito
obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: Está com a palavra o Ver.
Raul Carrion.
O SR. RAUL CARRION: Sr. Presidente e Srs.
Vereadores, demais presentes. Não pretendia retornar à discussão porque já
havia defendido a minha visão; mas existem Emendas que alteram o conteúdo do
projeto e eu gostaria de manifestar a opinião da Bancada do PC do B. E, por
outro lado, houve uma agressão desrespeitosa, grosseira, típica de uma
"cria" do autoritarismo à nossa Bancada, e não poderíamos deixar de
nos manifestarmos.
Primeiro, com relação às Emendas - entendemos que o correto é o Direito
Real de Uso e não a propriedade. Se trata de uma discussão importante, e os
moradores devem tomar consciência. Qual é a diferença do Direito Real de Uso?
Por que esta Bancada defende o Direito Real de Uso? Ocorre que essas áreas,
sendo públicas, serão concedidas aos moradores mediante o Direito Real de Uso,
tendo em vista a necessidade social das famílias. O que aconteceria se
entregássemos essa terra para vocês, em uma área valorizada da Cidade.
Imediatamente vocês seriam acossados pelos interesses imobiliários extremamente
poderosos que acabariam adquirindo a terra de vocês em momento de extrema
necessidade e expulsariam vocês para a periferia da Cidade ou para outros
municípios; porque na hora da necessidade vocês não teriam como resistir ao
poder do capital.
Entendemos que o Direito Real de Uso é uma garantia para vocês, para
que possam morar em uma área valorizada da Cidade, para que não se crie na
cidade de Porto Alegre uma verdadeira segregação geográfica, espacial, onde o
Poder Público concederia em áreas públicas o direito às comunidades pobres
morarem e cinco anos depois novamente os interesses imobiliários tomariam conta
dessas áreas. Por isso a Bancada do PC do B defende o Direito Real de Uso e
defende que nesse Projeto não deve haver, por melhor que seja a intenção do
Ver. Artur Zanella, a transformação dessas áreas em propriedade dos moradores.
É meio caminho para vocês serem expulsos. Isso quem diz não sou eu: são os
estudos que mostram como os especuladores imobiliários estão expulsando cada vez
mais as populações não-abonadas das áreas nobres da Cidade.
Quanto à segunda questão, não tratamos aqui de valentia pessoal de
"a" ou "b": tratamos a questão, inclusive, de uma forma
amistosa. Falamos da "valente Bancada do PC do B." Repetimos: a
valente Bancada do PC do B, com 74 anos de vida! Nesses 74 anos, durante 60
teve seus militantes presos, torturados, assassinados, pelos correligionários
desse Vereador prepotente que teve a atitude sem que houvesse qualquer
provocação de agredir a Bancada do PC do B. Um Vereador prepotente, que pode
rimar com valente, mas nada tem de valente. Que vem seguidamente à tribuna
dizer que a Bancada do PC do B é agressiva. Não agredimos ninguém, mas fomos
agredidos...
(Revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: Estão suspensos os
trabalhos.
(Os trabalhos foram suspensos às 17h49min.)
O SR. PRESIDENTE (às
17h52min):
Reabrimos os trabalhos e solicitamos aos Vereadores João Dib e Raul Carrion que
se acalmem, em respeito às pessoas que estão conosco.
Vamos reabrir os trabalhos em atenção ao pessoal que está aqui desde às
14 horas.
O SR. PEDRO RUAS (Questão de
Ordem):
Presidente, pergunto à Mesa por que foram suspensos os trabalhos enquanto
utilizava a tribuna o Ver. Raul Carrion.
O SR. PRESIDENTE: A Mesa suspendeu os trabalhos
porque o Ver. Raul Carrion estava discutindo o PLE nº 55/96, e começou a falar
sobre outro assunto, e não aceitou que o Presidente suspendesse a sua fala.
O SR. PEDRO RUAS: Gostaria de registrar que
havia ainda tempo do Ver. Raul Carrion quando foram suspensos os trabalhos.
O SR. PRESIDENTE: Exatamente, Vereador, vinte
e seis segundos. O Ver. Raul Carrion desistiu em respeito as pessoas que se
encontram nas galerias.
Próximo orador, Ver. Luiz Negrinho. (Pausa.) Desiste. O Ver. Henrique
Fontana está com a palavra.
O SR. HENRIQUE FONTANA: Sr. Presidente e Srs.
Vereadores eu gostaria de afirmar a vontade e a posição política do Partido dos
Trabalhadores a favor deste Projeto e de outro que discutiremos depois por
serem da mesma natureza.
Isto parte de um pressuposto e de um ponto de vista de como se
constitui o Direito Real de Uso; das pessoas permanecerem morando num local, a
maioria delas, há mais de vinte e cinco ou trinta anos. Quando de abre o debate
e se coloca que estas áreas foram gravadas no plano Diretor, historicamente
como áreas verdes e que deveriam dar lugar a praças ou outros tipos de
equipamentos públicos, não se reconhece que hoje estas áreas já tenham uma
definição clara de qual o seu papel social. O seu papel social é garantir a
moradia daquelas pessoas que lá estão. A Câmara Municipal, ao aprovar, - e,
provavelmente, o fará, na seqüência, porque a maioria dos Vereadores tem
colocado esta posição, quando ela autoriza, a desafetação dessas áreas verdes
para garantir o Direito Real de Uso das pessoas que residem ali há 25, 30 anos,
nada mais está fazendo do que garantir a possibilidade de que todas estas
pessoas - em Porto Alegre são mais de 250 ou 300 mil pessoas ou até um pouco
mais - tenham reconhecido o seu direito de cidadania, às benfeitorias e tudo
aquilo que se constrói numa cidade. Não podemos admitir que algumas famílias
morem trinta anos num determinado local e que se continue repetindo o discurso
de que aquela moradia é irregular e, portanto, essas famílias ou os filhos
delas teriam que morar mais trinta anos sem ter direito, por exemplo, às
melhorias de saneamento, urbanização, pavimentação de vias, iluminação e tudo o
que vem atrás da desafetação de área.
Quando nós falamos em defender o Direito Real de Uso e não o direito,
como diz o Ver. Zanella, de as pessoas comprarem, etc., etc., é porque temos
presente de que esta é a melhor alternativa para que as pessoas fiquem naquele
local para o resto de suas vidas. Que elas tenham o direito de repassar aquela
propriedade para os seus familiares e que tenham a garantia de que tudo o que
vão construir e já construíram no período de moradia continuará a
pertencer-lhes e que, de fato, nunca mais sairão daquele lugar.
O Direito Real de Uso, para que não haja nenhuma confusão em torno da
Emenda do Ver. Artur Zanella, garante às pessoas que toda a melhoria feita, que
cada tijolo assentado naquele terreno para construir suas moradias, nunca mais
será retirado por ninguém. As pessoas terão esse direito consagrado legalmente.
E eu acho difícil que alguém possa defender que isso não é justiça social, de
que isso é injusto, de que isso seria equivocado. Por exemplo, o argumento que
o Ver. João Dib usou no debate diz o seguinte: "essas área estão gravadas
como áreas verdes ou como praças, e as pessoas que moram naquele entorno têm o
direito a ter essas praças".
Nós concordamos que a política habitacional do Município deve ser de
preservar as áreas verdes. Preservar, sim; mas não que se proponha, de uma hora
para outra, que todas as áreas verdes sejam desocupadas, para que ali se façam
praças, o que seria uma agressão às condições de moradia das pessoas que moram
há 30 anos num determinado local e estão com suas vidas consolidadas nesse
local.
E como nós resolveríamos o direito de moradia dessas 300 mil pessoas
que moram nessas áreas? O Ver. João Dib não responde isso, quando ele faz
debate. E se de um lado eu defendo que o Município deve ter todo o cuidado para
preservar as áreas verdes que ainda tem, ele não pode continuar submetendo
pessoas que moram há 30 anos num determinado local ao fato de que elas terão
que viver, crescer e morrer de forma irregular no seu local de moradia.
Os governos se sucederam nesta Cidade - inclusive o nosso governo tem
que fazer autocrítica de que não conseguiu fazer as coisas tão rápido como
queria - e diziam sempre: "admitimos que as pessoas fiquem morando ali,
mas que fiquem de forma irregular". Isso significa que estavam sempre com
o machado sobre a cabeça, porque um dia ou outro poderiam acordar e ser despejadas
porque estão morando numa área irregular. E isto não é justo para com a
condição de vida das pessoas, porque elas não podem estar diuturnamente
assaltadas pela lógica de que, de repente, o Prefeito possa mandar desocupar
aquela área. É por isso que nós defendemos o projeto de regularização fundiária
que a Prefeitura está tocando, e defendemos a desafetação dessas áreas para
conceder o Direito Legal de Uso para as pessoas que moram nas áreas, e, após,
fazer as obras que vão qualificar aquele local de moradia. Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: Com a palavra, para
discutir, o Ver. Artur Zanella.
O SR. ARTUR ZANELLA: Sr. Presidente e Srs.
Vereadores. Para aqueles que foram Diretores do DEMHAB ou Secretários da
Prefeitura, Ver. João Verle, que vai aprender isso no DEMHAB, quando o Banco
Nacional de Habitação existia, e financiava obras da Prefeitura, a
obrigatoriedade que a Prefeitura tinha que ter era a venda do terreno. Era o
compromisso "sine qua non". Se não vender para o morador, não tem o
financiamento. Então, dá-se a impressão que, com essa Emenda, eu quero deixar
os coitadinhos dos moradores, depois de 5 anos lá na Vila Jardim, à disposição
dos especuladores imobiliários. Como se eu e o Ver. Pujo não tivéssemos feito,
entre terrenos, casas, apartamentos, sobrados, cerca de 10, 12 mil unidades
habitacionais e todas elas vendidas.
Todo o morador da Restinga comprou, está comprando, está pagando, e não
é só na Restinga, na Batista Xavier, Sarandi, Passo das Pedras, Vila Mapa, São
Gabriel, Monte Cristo. Sempre a política foi esta: morador vai receber um
investimento, ele vai comprar o terreno. É muito bonito dizer que pela vida
toda vou ficar protegido da especulação imobiliária.
Meu pai tinha oito filhos, se ele tivesse esse Direito Real de Uso, por
exemplo, ele, que era funcionário público e classe média, quando ele falecesse,
como faleceu, ficaríamos os oito tentando descobrir quem iria morar naquele
terreno. Aquele terreno não pode vender, não pode trocar, não pode permutar,
não pode passar por nome em garantia, não pode nada.
Então, o que eu, modestamente, humildemente, proponho nesta Emenda, é
dar o direito da pessoa pedir a venda da terra. Eu não estou propondo que mande
vender ou comprar, estou propondo que uma pessoa possa pedir. Agora o Sr.
Britto vai fazer a fábrica de automóveis, publicou anúncios com a ficha do
PMDB, vamos supor que uma dessa pessoas queira morar em Guaíba para trabalhar
nessa fábrica da GM. Não pode, pois se sair de lá entregará a Casa à
Prefeitura. E isso já está acontecendo na própria vila que sucedeu a Vila
Cai-Cai. As pessoas foram para lá e não gostaram; venderam e estão sendo
processadas. E quem comprou está sendo despejado. Por exemplo, a pessoa era
papeleira, morava no centro, e mandaram-no para Cavalhada. Ele melhorou sua
casa, aumentou seu negócio, agora ele não tem o direito de sair. Agora, com
todo o respeito - posso até perder Emenda, mas vou apresentar umas dez mais -
porque alguns moradores de vila são tratados como débeis mentais que vão vender
sua casa para a primeira pessoa que oferecer. Se for rico, pode vender, pode
pegar financiamento na Caixa. Se for morador da Restinga, pode vender também,
isto é, todos podem vender. Agora, os Senhores não podem vender. Os Senhores
vão ser ameaçados pela especulação imobiliária daqui a cinco anos. Moram lá há
30 ou 40 anos. Aí não tem condições de saber se vão vender a casa que os
senhores fizeram ou não, pois a Prefeitura não fez coisa nenhuma. Só que não
podem sair de lá. Mas quando quiserem sair, devem entregar para a Prefeitura.
Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: O Ver. Reginaldo Pujol está
com a palavra.
O SR. REGINALDO PUJOL: Sr. Presidente e Srs.
Vereadores, a discussão desta matéria, ao lado de algumas situações
não-convencionais, coloca frente a frente duas posições básicas: de um lado,
traz à tona uma circunstância que de há muito tempo a Cidade de Porto Alegre
conhece, quando o Planejamento Urbano da Cidade traçou uma cidade ideal e
colocou no mapa que todos os lugares onde existia ocupação não-regular de
áreas, essas áreas deveriam ser transformadas em áreas verdes, num sonho que
nem o maior sonhador dentre os planejadores do Município tinha esperança que
acontecesse.
Essas áreas pelo uso se consagraram e se transformaram em áreas de
habitação. Sob esse ponto de vista, a discussão de que se está mudando
destinação de uso de varias áreas é meramente poética. Essas áreas são de
habitação; os fatos de terminaram que assim o fosse. e por essa razão que eu
entendo que tardou muito a definição sobre essas áreas da Vila Jardim. Já há
mais tempo deveriam ter resolvido essa situação, tendo acesso pleno, como
haverão de ter, à posse dessas áreas, que é o que o Direito Real de Uso irá
permitir.
De outro lado, quero dizer que eu me integro na corrente daqueles que,
como o Ver. Artur Zanella, entendem que não se pode proibir de antemão que
essas pessoas, um dia, possam ter, se quiserem, a propriedade das áreas que
elas têm ocupado por tanto tempo. Acho que a Emenda do Ver. Artur Zanella, se
sob aspectos formais pode suscitar alguma discussão, sob o aspecto prático é a
mais elementar, a mais tranqüila que possa existir quando diz que aquelas
pessoas que quiser podem pretender a compra, se não quiserem, ficam ao
resguardo do Direito Real de Uso que está inserido no Projeto de Lei que nós
vamos votar. A situação descrita pelo Ver. Artur Zanella é, indiscutivelmente,
uma realidade. Muitas vezes, as pessoas não moram 20, 30, 40 anos num lugar.
Outros acontecimentos nas suas vidas determinam que elas mudem de residência. E
isso ocorre nas vila populares e em outros quadrantes da Cidade de Porto
Alegre. E muito provavelmente poderá acontecer nessas áreas que estão sendo
desafetadas e colocado o Direito Real de Uso.
A situação de que elas terão esse direito, inclusive para os seus
herdeiros, é uma hipótese que a realidade desautoriza. Até porque as famílias
se fragmentam pelo surgimento dos filhos. E até os termos de sucessão mantidos
nos termos do Direito Real de Uso têm enormes dificuldades jurídicas de
acontecer, porque nem é inventariável esse direito para que ocorra a sucessão.
Quero, desejando que se vote logo esta matéria, fazer como sempre faço,
dizer que, pelas razões que expus e que já é uma repetição, eu votarei, não só
a favor do Projeto como da Emenda. Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: Próximo orador é Ver. Pedro
Ruas.
O SR. PEDRO RUAS: Sr. Presidente e Srs.
Vereadores, num Projeto como este é importante, de início, dizer qual é a nossa
posição. É claro, que por toda a tradição que temos no trabalho comunitário, na
luta pela moradia, o nosso voto é favorável.
Isso não quer dizer que não tenhamos críticas à atuação do Executivo
Municipal. Isso quero deixar bem claro. E aproveito a presença do Ver. João
Verle, que dirigirá o DEMHAB a partir de janeiro de 97.
Toda a nossa crítica, ao longo desses quatro anos, foi pela ausência de
Projetos como esse.
A luta que tive nesta Casa, junto com outros Vereadores, quero destacar
as figuras dos Vereadores Luiz Negrinho, Mário Fraga, Lauro Hagemann, Raul
Carrion, entre vários outros que têm, permanentemente, cobrado do Executivo
Municipal projetos de desafetação de área para moradia. O que nós queremos - e
vamos aprovar este Projeto, é claro - são muitos e muitos projetos de desafetação
de área.
A UAMPA, cujo Presidente está presente nesta votação, o André Fortes,
conhece a nossa luta e luta lado a lado conosco. Queremos mais e mais projetos
como este. Aliás, me permito dizer: não conheço o critério utilizado e
conhecerei no futuro, tenho certeza, por que o Ver. João Verle com a sua
atuação transparente nos dará esse conhecimento dos critérios que utiliza o
Executivo para projetos de desafetação. Temos muitas áreas em Porto Alegre
precisando de projetos exatamente iguais a este. Isso significa que os Senhores
e as Senhoras que estão aqui têm razão na sua reivindicação e terão o nosso
voto e o nosso e apoio. Mas, há outras pessoas como vocês que precisam também e
nós continuaremos reivindicando, na situação em que estivermos, esse tipo de
Projeto para as comunidades carentes de Porto Alegre, basicamente carentes na
área habitacional.
Não posso encerrar, Sr. Presidente, sem fazer aqui um tributo de
homenagem a um Vereador que sem nenhum demérito aos outros Vereadores, entre os
quais me incluo, foi o maior símbolo da luta ambiental e ecológica desta
Cidade, que é o Ver. Giovani Gregol. O Ver. Gregol, que não estará conosco a
partir de janeiro de 1997, no seu pronunciamento aqui deixou claro o que é a
consciência de um militante socialista e ambientalista quando mostrou a
prioridade da questão habitacional em relação a outras questões teoricamente
discutíveis. Mas Giovani Gregol colocou com propriedade que esse era o momento
da priorização, como em vários momentos colocou também a priorização do direito
à moradia, indiscutível direito, um direito básico, elementar do ser humano e
que este Projeto, modestamente - mantenho a minha crítica à falta de outros
projetos assim - vai corrigir o erro, em relação a vocês. Quero deixar
registrado, Ver. Giovani Gregol, porque não tive outra oportunidade, e talvez
não tenha, de fazê-lo. Esta Casa terá, tenha certeza, muita falta da sabedoria
e da coerência de V. Exa. nas votações e encaminhamentos dos projetos. Muito
obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: O Ver. Airto Ferronato está
com a palavra.
O SR. AIRTO FERRONATO: Sr. Presidente e Srs.
Vereadores, venho à tribuna para registrar o que tenho dito sempre, quando
tratamos de projetos dessa natureza. Porto Alegre precisa ter coragem de
acelerar esse processo de busca de alternativas para melhorar o processo de
moradia popular. Nós não tivemos projetos mais ambiciosos nesta área, nesses
anos em que estamos na Câmara. Quero registrar, também, que nesses oito anos
sempre votei favorável a processos dessa ordem, projetos que tratem de
residência e moradia para o porto-alegrense. Projetos que venham buscar
melhoria na qualidade de vida da nossa população. Projetos que busquem
alternativas melhores para o nosso cidadão e que viabilizem a regularização de
áreas para a Cidade.
Hoje estamos aqui, mais uma vez, com processos da Vila Jardim, onde
morei por longos anos. Registro a minha insatisfação em ver como processam-se
as discussões em projetos dessa ordem, onde nós, representantes da população de
Porto Alegre somos normalmente afastados de qualquer processo de discussão. O
que tem ocorrido é que o Executivo, em todos os casos, leva muito tempo
discutindo esses projetos com sua base, com as comunidades, depois chega o
Projeto à Câmara para votarmos em dois ou três dias. Isso acelera o processo no
Legislativo, mas dificulta, sobremaneira, o entendimento da população de Porto
Alegre com relação a esses projetos.
É lamentável vermos pessoas amigas íntimas, trazendo enormes críticas
as nossas atuações, porque dizem que nós não fazemos nada e que quem faz é a
Administração Popular, o PT, os Vereadores do PT, e isso não é verdade. A
Câmara tem feito a sua parte. A Câmara hoje faz, mais uma vez, a sua parte,
porque se quiséssemos nos tornar estrelas de Porto Alegre, nós ficaríamos com
esse processo dois, três, quatro ou cinco meses, fazendo reuniões, aqui, para
trazermos para cá a nossa sociedade e dizer que este ou aquele Vereador, ou a
Câmara, é que presta relevantes serviços. O importante é que a comunidade saiba
que a Câmara de Porto Alegre tem buscado ser ágil com relação a esses projetos.
Tem procurado compensar um tempo de 4, 5, 6 anos, sempre procurando, juntamente
com todos os companheiros achar uma solução para os problemas.
Acredito que os companheiros que aqui estão irão aprovar este Projeto,
que para o município pode representar muito pouco, mas para as pessoas que
estão nessas áreas representa muito. Precisamos aprovar este Projeto, que vai
ser buscar soluções para aqueles moradores.
Vamos, votar favoráveis, e esperamos que este Projeto venha a ser
aprovado com facilidade. Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: Em votação a prorrogação da
Sessão por mais duas horas. Os Srs. Vereadores que aprovam permaneçam sentados.
(Pausa.) APROVADA.
O Ver. Jocelin Azambuja está com a palavra.
O SR. JOCELIN AZAMBUJA: Sr. Presidente, Srs.
Vereadores, aí estão os inocentes úteis, cidadãos que moram em áreas
irregulares e que buscam uma solução dos seus problemas. Por que inocentes úteis?
Porque são usados de forma prejudicial em toda sociedade. São pessoas humildes
que chegam a esta Casa desesperadas por uma solução a seus problemas, inclusive
o Ver. Pedro Ruas que preside a CUTHAB, exige que tenha uma tramitação. Esses
dois Processos são vergonhosos, porque eles não têm nenhuma tramitação dentro
da Câmara de Vereadores, a não ser de serem protocolados 4 dias depois das
eleições, foram protocolados casualmente o dia 7 de outubro e não passaram por
nem uma Comissão. Nem Comissão de Justiça analisou esse processo. Outro dia
adiamos a votação de um Projeto porque não tinha passado pela Comissão de
Urbanismo desta Casa. Um projeto requerendo urgência pelo Ver. Reginaldo Pujol,
que ficou constrangido, isso que já tinha passado pela Comissão de Justiça e
pela Comissão de Finanças e Orçamento e nós reivindicamos que passasse pela
Comissão de Transporte e Urbanismo para ser votado. Hoje vieram dois Projetos
sem passar por nem uma comissão da Câmara de Vereadores de Porto Alegre. Isso é
vergonhoso, porque não é procedimento adequado para um Projeto dessa natureza.
Há pouco tempo tratou-se aqui daquele Projeto da Cosme Galvão que tanto
se discutiu, gente com 400 m2 de área estava sendo contemplada.
Gente com 200 m2, com 300 m2 também. Isso não é o direito
à moradia do cidadão que busca um espaço para morar. Eu gostaria de ter 400 m2
em Porto Alegre, gostaria de ter um terreno com essa metragem, não tive essa
felicidade na minha vida, tenho lá um apartamentinho comprado no BNH, 20 anos
de pagamento. Agora, é bom que os cidadãos saibam disso, por isso que rotulei
como inocentes úteis, porque estão sendo utilizados politicamente.
"Politiqueiramente". E isso não é correto, não é sério, não é moral,
não e assim que se faz regularização fundiária em Porto Alegre.
Deixo a manifestação da minha tristeza de ver como é tratado um Projeto
de tamanha importância e relevância. Quem esperou 25 anos, 30 anos, não teria
problema de esperar 4 meses para fazer um processo regular, sério, com opinião
das comissões. Para isso existe o Poder Legislativo. Quem me garante que tudo
que está aí é correto? Quem me garante de todas as pessoas que serão
beneficiadas estão sendo beneficiadas corretamente? Ninguém. Então, não é moral
nem ético por parte do Poder executivo encaminhar desta forma, os Projetos na
Câmara de Vereadores de Porto Alegre. Mas vejam só, com 10 já conseguiram fazer
todos esses encaminhamentos; imaginem na próxima Legislatura, vai ser uma
brincadeira o Poder Executivo vai passar o que quiser aqui dentro.
Eu acho que isso me dói muito, porque eu vejo as pessoas sendo
utilizadas na sua boa-fé, nos seus princípios, de maneira inadequada.
Eu vou dar o meu voto favorável a eles, porque são inocentes úteis, mas
lamentando a postura errada do Governo Municipal, de se utilizar das pessoas
dessa forma. Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: Encerramos o período de
discussão. Passamos ao período de votação. O Ver. João Dib está com a palavra
para encaminhar.
O SR. JOÃO DIB: Sr. Presidente e Srs. Vereadores,
eu tenho 26 anos de Câmara Municipal e conheço todos os tipos de discurso.
Agora, ao longo desses 26 anos, e na minha pregressa vida pública, ninguém dirá
que eu fui incoerente, ninguém dirá que eu dei o que não era meu, ninguém dirá
que eu falei de algo que não entendia e poucos dirão que muitas vezes eu fiquei
brabo. Não fiquei brabo com o Prefeito Olívio Dutra, quando ele ia tomar
cachaça no meu caixão simbólico, na Vila Planetário. Um Prefeito de uma cidade,
para um Vereador que já tinha sido Prefeito e que tinha uma posição, se
prestava para tal papel, colocando em risco, eventualmente, o Vereador e ainda
levavam à Prefeitura, simbolicamente, o meu enterro e eu não fiquei brabo. Era
um direito dele beber a cachaça de ficar alegre no meu enterro, ainda que seja
meu amigo, era um direito.
Agora, meu caro Ver. Henrique Fontana, futuro Secretário da Saúde, será
um excelente Secretário, porque é um bom Vereador, discursos são discursos,
palavras são palavras. Seis anos tem Lei Orgânica neste Município, nova, e lá
está o Direito Real de Uso e há menos de dois meses, o Executivo manda um
Projeto de Lei que eu não sei se é certo ou errado, porque não tem nem
informação no Projeto.
Deveria um Projeto de Lei desse tipo ser acompanhado do Processo azul da
Prefeitura, dizendo como é que chegaram a essas conclusões, das informações do
Plano Diretor, tinha que ter todas as informações, mas não tem nenhuma. Tem
umas plantas que eu não sei como nem porque elas estão ali. Estão chamadas de
anexos e, para anexos do Projeto de Lei, é uma afronta, uma barbaridade! E eu
que já fui assessor-engenheiro, eu que já fui Secretário de Obras, eu que já
fui Secretário de Governo, eu que já fui Prefeito estou com os municipários. Os
negócios lá na Prefeitura andam muito mal. Trazem gente de fora da Prefeitura
que não a conhece e querem impingir, pelo art. 81 da Lei Orgânica, como quase
toda a matéria que está aí para ser votada. Quer dizer, tivemos dois meses, meu
eminente Líder, e eu já liderei o Governo também, quando um Projeto de Lei que
interessava o Governo entrava nesta Casa, eu acompanhava o Projeto já no
primeiro dia, no primeiro dia dissemos que precisávamos examiná-lo, que
estávamos à disposição. Qualquer dúvida, estávamos dispostos a resolver, se
precisasse trazer o Secretário, nós o traríamos. Nada disso foi feito.
"Toca-lhes o art. 81 que eles vão votar sem saber o que estão
votando." Mas eu posso me equivocar, por isso eu vou votar não.
Nada contra esses senhores e senhoras que estão aí sentados há horas
para buscar solução de um problema seu, mas tudo contra a forma que o Executivo
tem tratado esta Casa e a própria Bancada do Executivo, porque sábado
completaria dois meses que este Projeto está na Casa. Tudo que eu sei é que
pediram o art. 81. Ninguém me procurou para dizer: "Quem sabe vamos fazer
a Comissão de Justiça votar mais ligeiro para chegar na Comissão de
Finanças". Ninguém me falou nada disso, eu nunca ouvi falar. Agora, trazem
as pessoas aqui e as utilizam para pressionar a Câmara, aliás não é fato estranho,
eles têm uma história em quadrinhos, está lá no gabinete e mostrarei depois
para quem quiser, dizendo como é que tem que fazer para pressionar a Câmara,
quando se trata de desafetação, mas a mim ninguém vai pressionar. Eu sou
tranqüilo. Eu já ouvi discursos aqui, em que diziam que tem que trabalhar na
parte da manhã, tarde e noite. Eu também venho, se for necessário, todo o dia,
com todas as dificuldades que tenho, só que não vejo os que fizeram o discurso
virem aqui na parte da manhã, tarde e noite. Já não vejo eles virem no horário
normal das 14h às 18h.
Com todo o respeito que me merecem, eu vou votar contra, mas também com
esse mesmo voto contra, amanhã vocês encontrarão alguém que quando tiver que
defendê-lo, farão com a mesma tranqüilidade. Eu defendo, quando entender que
deva ser defendido. Eu não vejo no Projeto de Lei nada para dizer que eu posso,
com tranqüilidade, votar a favor. Por isso, voto contra e sei que não vai
adiantar. Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: O Ver. Lauro Hagemann está
com a palavra, para encaminhar o PLE nº 54/96.
O SR. LAURO HAGEMANN: Sr. Presidente, Srs.
Vereadores, eu não precisava e não pretendia vir à tribuna, não gosto de falar
na primeira pessoa. Quem desencadeou todo esse processo de concessão real de
uso fui eu. Fui o proponente do art. 1º das Disposições transitórias da Lei
Orgânica, fui o autor da Lei Complementar nº 242 que regulamentou esse art. 1º,
posteriormente modificada pela Lei nº 251, uma Lei de 1990, e a outra de 1991.
Portanto, estamos há cinco anos dessa Legislação. Tenho reclamado sempre da
morosidade com que o Executivo promoveu a regularização fundiária, tendo os
instrumentos à mão, como esse, por exemplo.
Como proponente do artigo eu tenho o dever de dizer qual foi a intenção
do legislador ao introduzir a figura da concessão do Direito Real de Uso, que é
a venda do terreno pela municipalidade. É uma posição diferente, nós não
queremos vender os terrenos da Prefeitura para quem quer que seja. Nós ao
introduzirmos esse artigo na Lei Orgânica e ao regulamentá-lo queríamos
garantir aos cidadãos que estivessem morando em terrenos da Prefeitura, no dia
31 de janeiro de 89, e dali para trás, o direito de permanecerem ali, de não
acordarem com a polícia na porta despejando os cidadãos de uma área pública.
Claro que ficou ressalvado na regulamentação as áreas de risco, as áreas verdes
e todas essas coisas que fazem da cidadania uma coisa mais ampla. Mas as praça
públicas que foram ocupadas, como é o caso das que estão sendo discutidas, vem
de longe. Muitos loteadores ludibriaram o Poder Público, quando entregaram os
processos de loteamento, dizendo que tal área verde deveria estar e estava no
loteamento. Muitos loteadores, depois de entregarem o processo na Prefeitura,
foram vender lotes nas praças que eram reservadas como áreas verdes. E a
população de boa-fé foi comprando e ocupando essas áreas verdes. Então, ao
poder público, hoje não resta muita coisa, embora reconheçamos os direitos dos
ecologistas de lutarem pela preservação das áreas verdes, pois são o pulmão da
Cidade, é justo e lógico. Mas também não podemos ignorar toda essa situação
pregressa.
Hoje existem praças que estão totalmente tomadas por habitações, e esta
Casa não tem senão outro recurso que o desafetar essas áreas, transformá-las em
áreas de ocupação residencial. É lamentável isso, mas vamos fazer o quê? Tirar
essas pessoas dessas áreas, essa é outra coisa que colocamos. Então, a Câmara é
chamada a regularizar essas situações anômalas. É isso que está tentando fazer.
Por isso, é que estamos aqui nesta contingência, reclamando, mais uma vez, que,
desde 1990, na Lei Orgânica, e depois nas Leis Complementares Nºs 242 e 251, a
Prefeitura foi levando isso retardadamente, enquanto já deveria ter
regularizado.
Esperamos que, em outras situações, essas quase 300 mil pessoas, que
vivem na periferia da Cidade tenham atendido esse reclamo. Foi isso que nos
moveu, quando da Lei Orgânica ao introduzir esses dispositivos a fazer as leis
complementares. Porto Alegre é uma das cidades brasileiras que tem a melhor
legislação urbana deste País, a mais nova, a mais progressista, mas não tem
sabido aplicar essa legislação está faltando vontade política e nós estamos
reclamando isso desde 1990.
Agora, chega à Câmara a reforma do Plano Diretor, vamos ver o que
acontecerá no ano que vem, mas por enquanto, por óbvio, vocês tem, de minha
parte, a aprovação desse Projeto, que foi pelo que eu lutei durante esses
últimos seis anos.
(Não revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: O Ver. Luiz Negrinho está
com a palavra, para encaminhar.
O SR. LUIZ NEGRINHO: Sr. Presidente, Srs.
Vereadores, como disse o mediador, Ver. Airto Ferronato, vejam só, nada como um
dia após o outro. Para os moradores aqui dessas vilas, essas áreas que estão
sendo desafetadas, é mais uma questão de informação: apresentei, no orçamento
do DEMHAB, 22 Emendas a respeito da regularização fundiária de Porto Alegre e,
dentro dessas, têm algumas áreas que também estão destinadas à praças, são
projetos que, desde que assumi nesta Casa venho cobrando do Executivo no
sentido de que também desafete essas áreas para a moradia. Há um tempo atrás,
não vou precisar porque não recordo, fui surpreendido numa vila, em plena
campanha, de que o Orçamento Participativo daquela região havia aprovado a
retirada de uns moradores que se encontravam na mesma situação de vocês,
apoiados pelo Executivo, perguntei ao candidato Raul Pont, em um debate, se ele
conhecia a Vila Margarida e se ele sabia da situação dela, ele nada respondeu,
pois não tinha conhecimento sobre o assunto. E quando um Vereador vem aqui,
realmente preocupado com o problema, e não é só a área de vocês, existem
centenas de situações iguais a essa. Eu também não consigo entender aqui, Ver.
João Dib, por que a pressa? Porque aquele projeto da Cosme e Galvão foi mais ou
menos como está sendo apresentado este. Nós não estamos conseguindo analisar
este Projeto, nós não estamos tendo possibilidade, infelizmente estamos
terminando o nosso mandato também, de ver como está funcionando e porque a
pressa para estes processos. Vinte e duas Vilas seriam beneficiadas com Emendas
deste Vereador, para que fossem regularizadas áreas. Áreas no mesmo sentido e
nos mesmos moldes em que estão, hoje, sendo discutidas. E nenhuma delas foi
aprovada. E, muito pior, todas votadas, contra os votos dos Vereadores do PT.
E, aí, vem o Ver. João Dib, que eu respeito muito, o Ver. Pedro Ruas e os
demais, vêm aqui e fazem um discurso. Nós queremos conhecer o Projeto, mas
somos chamados de prepotentes. Ora, então, durante os meus quatro anos, sempre
fui prepotente, porque sempre exigi do Executivo uma condição, uma visão no
sentido de resolver esses problemas. Então, sempre fui prepotente, estou sendo
prepotente neste momento.
Não são só essas áreas que precisam ser resolvidas, são 22 áreas que
este Vereador apresentou e que precisam ser regularizadas. Existem outras
áreas, e eu vou citar, aqui, a Vila Comandaí, que tem todo o direito, Ver.
Lauro Hagemann, está protegida pela lei. E já falei, aqui, em outra
oportunidade, que o Executivo usou de uma forma autoritária para retirar os
moradores e nós não concordamos com isso. Em primeiro lugar a moradia. Eu
discordo um pouco do Ver. Giovani Gregol, porque eu não posso concordar que
queiram agora, retirar de todas todas as praças de Porto Alegre ou áreas
destinadas a praças, onde há famílias de 20, 30, 40 anos, os moradores para que
haja preservação de praças. Precisamos de praças, sim. Precisamos do verde,
sim. Não sou contra o verde, sou contra a que se tirem as famílias que estão em
áreas do Município, que são destinadas à praça para fazer área verde. Sou
favorável a que permaneçam todas. Como disse o Ver. Pedro Ruas e o Ver. Giovani
Gregol, se há uma negociação onde há uma área verde, que ali se estabeleça o
Direito Real de Uso. Ótimo e que, próximo àquela área, seja construída uma
praça. Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: O Ver. Reginaldo Pujol está
com a palavra, para encaminhar.
O SR. REGINALDO PUJOL: Senhor Presidente e Srs.
Vereadores, vou recuperar um pouco desse Projeto que ingressou na Casa no dia
07.10.96 e que deveria ter sido examinado pela Comissão de Constituição e
Justiça, pela Comissão de Finanças e Orçamento, pela CUTHAB, pela Comissão de
Direito do Consumidor e pela COSMAN. Esse Projeto correu Pauta a partir do dia
16 de outubro. Em 1º de novembro foi liberado para as Comissões. No dia 07 de
novembro foi entregue ao Relator designado na Comissão de Constituição e
Justiça, que era este Vereador, e, no dia 20 de novembro, era solicitada a
aplicação do art. 81, conforme determina a Lei para matéria que tramita há mais
de trinta dias na Casa.
Muito antes do dia 20 de novembro, eu havia recebido informação do
Líder do Partido dos Trabalhadores de que o PT pretendia utilizar essa
prerrogativa regimental, que hoje está sendo aqui criticada e discutida, mas
que é uma realidade do Regimento que permite essa aplicação.
Quero deixar claro, para que não haja dúvida, que semelhantes situações
ocorrem aqui na Casa. Tive oportunidade de examinar todos os Projetos de Lei
quanto à legalidade. Não tenho dúvida, é a aplicação de um dispositivo da Lei
Orgânica do Município. Os outros juízos de mérito e de conveniência certamente
que as outras Comissões da Casa deveriam sobre eles se debruçar, se fosse o caso.
Agora, em um Legislativo onde, no início de dezembro, se receberam matérias do
Executivo, entender que esta matéria está sendo açodada na discussão é um
exagero porque essa, pelo menos, chegou aqui no dia 07 de outubro e não no dia
07 de dezembro, quando, provavelmente, deve chegar alguma coisa na Casa. O que
deve ser lamentado nesta hora não é o fato de a Câmara ter gasto dois meses
para cuidar desse assunto, e sim o fato de ele ter levado seis anos para chegar
aqui no Legislativo. Então, não se deve dizer que tem havido má-vontade da
Câmara para verificar esse Projeto; o que houve foi um lamentável atraso na
vinda dele para este Legislativo. Para que não se atrase mais, vou encerrar o
pronunciamento antes do período regimental, para que a Casa possa votar a
matéria. Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: Em votação o PLE nº 54/96.
(Após a chamada.) APROVADO por 20
votos SIM, 01 voto NÃO.
O SR. PRESIDENTE: Em votação a Emenda nº 1 ao
PLE nº 054/96. (Pausa.) Os senhores Vereadores que a aprovam permaneçam
sentados. (Pausa.) Votação nominal, por solicitação do Ver. João Dib. (Após a
chamada.) REJEITADA por 06 votos SIM, 11 votos NÃO, 04 ABSTENÇÕES.
PROC. 2548/96 - PROJETO DE LEI DO EXECUTIVO Nº
055/96, que
desafeta, da destinação de uso comum do povo, próprios municipais para fins de
regularização fundiária através de concessão de direito real de uso. (área
integrante da quadra formada pela ruas Aldrovando Leão, Saturnino de Britto e
da Galiléia, e outras áreas)
Observações:
- para aprovação, voto favorável da maioria absoluta
dos membros do CMPA - Art. 82, § 1º, VII, da LOM;
- incluído na Ordem do Dia por força do Art. 81 da
LOM.
O SR. PRESIDENTE: Em discussão o PLE nº
055/96. O Presidente dos trabalhos solicita aos Vereadores se é possível
reduzir o tempo para três minutos, uma vez que temos outra atividade no
Plenário às 19h. O Ver. Artur Zanella está com a palavra, para discutir.
O SR. ARTUR ZANELLA: Sr. Presidente, antes de
contar o meu tempo, eu gostaria de ressaltar que, antes, nós tínhamos 10
minutos; depois passou para 5 minutos, e agora para 3. Eu pediria que V. Exa
também fizessem um apelo aos Vereadores, para que não pedissem que outros lhes
cedessem tempo, pois ficariam 10 ou 15 minutos na tribuna.
Sr. Presidente, Srs. Vereadores, o Ver. Reginaldo Pujol me disse que eu
deveria ter conversado e trabalhado mais sobre a minha Emenda. Mas eu não
consigo trabalhar nem o Projeto, que dirá a Emenda. Se eu tivesse conseguido
trabalhar o Projeto, tenho certeza que o Ver. João Dib em vez de se abster,
teria votado. Esses dias eu votei 23 Emendas do Ver. Luiz Negrinho; passei a
tarde votando e perdi as 23. Fiz um Parecer brilhante para o Ver. Negrinho lá
na Comissão de Finanças, para aprovar as 23 Emendas e o Ver. Negrinho e ele não
entendeu bem, porque não há tempo.
Eu duvido - a não ser a Bancada da Situação que tudo sabe que algum dos
senhores saiba de cor o nome da rua que estamos votando. Eu perguntei hoje se
alguém sabia o nome dos três assessores do Prefeito que vão ganhar igual aos
Secretários e igual aos Vereadores. Querem ganhar e vão ganhar, porque nós
vamos terminar votando, querendo cooperar. É o que nós vamos fazer hoje. Não
tem a menor condição de votar esse Projeto. Quem não leu esse projeto, não vai
ler, não tem Parecer, não tem nada. Mas vai votar a favor, eu vou votar a favor
também, porque eu considero que as pessoas têm esse direito e na Lei Orgânica
aprovamos isso, não somente com o voto do Ver. Lauro Hagemann, mas da maioria
dos Vereadores; depois, tentamos, a vida inteira, que isso seja definido.
A São Vicente, por exemplo, era uma praça, desapropriamos, foram
vendidos os terrenos, ninguém foi cooptado pelos especuladores imobiliários,
pois todos que moram, sabem que têm direito. Vejam que uma Emenda, que vai
perder de novo, não vende, não autoriza a venda; autoriza o morador a pedir a
venda. É só isso que ele quer. A Prefeitura pode não vender. Estou querendo dar
o direito para ele pedir a venda. Mas, mesmo assim, se a Casa não quiser que
ele, ao menos, peça a venda, façam como fizeram há poucos minutos: derrotem a
minha Emenda também. Muito obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: O Ver. João Dib está com a
palavra, para discutir.
O SR. JOÃO DIB: Sr. Presidente e Srs.
Vereadores, lembro-me que o Ver. Luiz Negrinho teve 22 Emendas que não foram
aprovadas pela ala-esquerda, o PT. Mas eu também tinha uma Emenda que abria uma
rubrica com dois milhões de reais para que os servidores municipais também
pudessem ter habitação, já há servidores municipais que não têm nem Direito
Real de Uso, não têm nada, e tem um baixíssimo salário. E o PT também disse que
não.
Eu anotei todos os nomes dos que votaram contrariamente, porque preciso
fazer uma divulgação entre os servidores municipais. E me dizia à Liderança
Petista: como dar a os funcionários do município condições de habitação, quando
o dinheiro é do povo? Mas como dar Direito Real de Uso, quando a praça é do
povo, como o céu é do condor? É uma pergunta que pode ficar aqui. Mas para o
PT, o povo não inclui os servidores municipais, o povo são os Secretários,
assessores do Prefeito, esses são o povo.
O PT é aquele que odeia os pobres e não gosta dos ricos. O PT é o
coerente de todas as coisas. O PT diz não ao funcionalismo municipal que
trabalha diuturnamente e faz até que haja Secretários, Diretores, Supervisores
que querem, agora, chamar de Secretário também. Aquele moço do gabinete de
imprensa da Prefeitura vai ser Secretário por um canetaço do Prefeito. Aí vale,
aí não é dinheiro do povo para ser dado, aí é dinheiro do PT, o PT vai receber.
Eu comecei a minha vida pública no serviço da habitação popular. Sei o
quanto seria possível fazer para os servidores municipais desde que houvesse
uma verba incluída no Orçamento para que se pudesse estudar um plano para dar
habitação a todos os servidores do Município que vivem muito mal e ganham muito
mal, sendo explorados pela prefeitura. Mas o PT disse não, e é por isso que eu
falava em coerência. O Ver. Lauro Hagemann disse que não devemos falar na 1ª
pessoa do singular, está chegando agora, terminou o seu discurso falando na 1ª
pessoa do singular. Eu não tenho medo, falo na 1ª pessoa do singular, não vou
deixar o servidor público municipal de lado porque o dinheiro é do povo. Então vou
votar, não. Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: Para discutir com a
palavra, Ver. Reginaldo Pujol.
O SR. REGINALDO PUJOL: Sr. Presidente e Srs.
Vereadores. É igualzinho ao anterior, porque vamos discutir para uma rua e é
para outra rua agora. Vamos aprovar de uma vez. Chega de conversa. Muito
obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
SR. PRESIDENTE: Encerrada a discussão. Em
votação. Com a palavra o Ver. João Dib para encaminhar o Projeto.
O SR. JOÃO DIB: Sr. Presidente e Srs. Vereadores.
Como é bonito fazer discursos e doações dos outros. Mas, continuo pensando que
os servidores municipais têm direito à habitação, e foi dito que não se podia
resolver o problema deles com o dinheiro do povo. Mas, agora o PT diz que pode
resolver com praça que é do povo. Os que me antecederam, como o Nobre Ver.
Reginaldo Pujol, dizem que não precisamos discutir. Mas precisamos discutir
muito mais. Na verdade não foi discutido, está sendo jogado goela abaixo de
cada um dos Vereadores que está votando sim. Porque não tem diferença nenhuma
este Projeto, que não foi estudado, e que dizem que é Direito Real de Uso. Mas
que direito tem o servidor municipal que vai dar o Direito Real de Uso e que
não tem a sua casa? Será que é sério, será que é justo, será que é honesto,
será que é criterioso, será que tem a benção de Deus?
Parece que daquele lado não acreditam muito em Deus, mas Deus existe.
De repente vão verificar que o servidor municipal também tem direito, também
deve ser protegido com o dinheiro do povo, porque a praça do povo vai ser
desafetada para que seja dado o Direito Real de uso. Não estou contra a
desafetação, não estou contra nada disso, estou contra a forma de como
encaminharam a esta Casa um Projeto de Lei sem as mínimas condições de análise.
Portanto, ainda que isoladamente, como aconteceu no outro Projeto de
Lei, eu vou votar contra, deixando registrado aqui a minha inconformidade e a
certeza de que vai ter o mesmo resultado. Sou contra, Sr. Presidente. Muito
obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: Em votação o PLE nº 55/96.
(Após a chamada.) APROVADO por 21
votos SIM, 01 voto NÃO.
Em votação a Emenda 1, nominal a pedido do Ver. Artur Zanella. (Após a
chamada.) REJEITADA por 7 votos SIM, 11 votos NÃO, 3 ABSTENÇÕES.
O SR. JOÃO DIB
(Requerimento): Sr. Presidente, tenho formuladas duas questões à Comissão de Justiça,
das quais preciso resposta antes que se encerre o ano legislativo. Uma delas é
saber se os 13% gastos com a saúde são globais ou não. A outra, quero saber se
o Executivo pode propor financiamentos nos últimos 180 dias do seu mandato, até
porque estão entrando dois novos Projetos, pedindo autorização para
financiamento, e a Cosme Galvão assinaria um financiamento depois, dentro dos
180 dias. Gostaria que a Comissão de Justiça, brilhantemente presidida pelo meu
amigo Ver. Airto Ferronato, nos desse a resposta na sexta-feira.
O SR. AIRTO FERRONATO
(Questão de Ordem): Apenas para conhecimento do Plenário, existe o Parecer da Comissão,
exarado por mim, onde estou apresentando que são 13% da receita total da
Administração Direta e Indireta. Agora nós vamos analisar na Comissão de
Justiça para ver se o Parecer vai ser aprovado ou não.
2ª SESSÃO
PROC. 2575/96 - PROJETO DE EMENDA À LEI ORGÂNICA Nº
004/96, de
autoria do Ver. Fernando Záchia, que acrescenta o inciso XX ao art. 94 da Lei
Orgânica do Município de Porto Alegre, e da outras providências. (prazo para o
Prefeito manifestar-se quanto a Pedido de Providências)
Observações:
- discussão geral nos termos do Art. 130, §§ 1º e
2º, do Regimento da CMPA;
- incluído na Ordem do Dia nos termos do Art. 81 da
LOM.
O SR. PRESIDENTE: Em discussão o PELO nº
004/96.
Não havendo quórum, convocamos os Srs. Vereadores para a Sessão
Ordinária de sexta-feira à hora regimental.
Estão encerrados os trabalhos.
(Encerra-se a Sessão às 19h12min.)
*****